Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

154 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS E LMANO QUEIROZ De ALCIDES GENTIL Alcides Gentil, sócio honorário perpetuo ./ Sr. Elmano Queiroz : Ainda me não acordei completamente da grande satisfação inte– rior com que recebi a incun1bência de ser quem vos trouxesse, ao pe– netrardes êste augusto cenáculo, o aperto de mão da cordialidade acadêmica. Eis aqui . Sr. Elmano Queiroz, como se confessa um homem vaido– so da honra dessa missão por todos os títulos delicada. Os ilustres con– f.rades, que me atribuíram êste encargo, desavisados da minha ambi– ção de merecê-lo, irão apurar agora em que modo considerei os fóros do nosso gremio e os méritos do nosso eleito. li Compulsando páginas vossas dispersas pelos jornais, e onde, ape– sar de parecerem dispostas, como folhas murchas de outono, para as rajadas do esquecimento, há, sem dúvida alguma, admiráve is primores, deparei a "Serenata". Conta-se que certa vez, a um festival de decla– mação, eomparecera Olavo Bilac. Iam dizer do excelso poéta aquêles histos alexandrinos que nos descrevem, num panorama de ocaso mara– vilhosamente triste, a morte ele Fernão Dias Pais Leme . Bilac padeceu o incruento suplicio com a mesma resignação com que o viandante. inteiramente só, entrega aos salteadores o seu dinheiro. Mas em lhe h avendo a lg uém perguntado, após a cerimónia, que tal fôra o traba– lho de arte a que vinha de assistir, "Ah ! meu caro amigo" - res- fOndeu o l)0éta, "mataram-me, pela segunda vez, o Paes Leme",

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0