Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)
146 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS UM JORNALISTA DO TEMPO DE PERICLES ., De JOÃO CROLET Cônego João Crolet, um dos reor– ganizadores da Academia em 1913 Ca usarâ estranheza a mais de um critico acostumado a n ão le– v ar, além cio "Mercure", a genealogia da im prensa, o nome de j or– nalista aplicado ao gra nde cômico Ar istophanes. E, entre ta nto, é o título que mais freque nte brota da pena dos seus inúmeros excho– liastes, dos lústoriadores que lhe esmiuçam a obscura vida, dos cu– riosos empenhados em descobrir a chave das suas a lusões, o por que dos seu~ ódios vigorosos e persis te ntes. Achamos que a tradição tem razão. Sem d úvida, o jornal de Aristophanes não sai do mesmo molde que os nossos modern os órgãos de p ublicidade . Melhor lhe cabe ria o qualifica tivo de bi-anual q ue o de "diário". Só de seis em seis ineses. nas duas festas de Dionisios, os poetas côn1icos, nascidos das org ias bachicas como Aphr odite da espuma do m a r , sujeitavam ao j ulgamento d o povo as suas produções va riadas, a nsiosos de me– recer um dos prêmios reservados aos vence dores e de o uvir o seu nome . saudado pelos aplausos de todos os gregos, a ntes de explodir , de brilhar qual meteoro, na sucessão infinita dos séculos por vir . Mas. em compensação, a divulgação das idéias dos a rtigos, s e n os pe nmt.em o têrmo. de Cratinos, de Eupolis, ele Amipsias, de Aristophan es, era a mais larga que um autor possa desejar . O t ea– tro de Atenas, se não nos engana P latão, continha a té t rinta mil espectadores, e ':'º tempo d as solenidade~ não aprese ntava um lugar desocupado. Vmha em socorro dos m 1seros, no p rincip io ela re– pública, a gratuidade das representações, no tempo de Aristopha nes, a ~oliç1t11\!e \lo Estado ciu~ puntw, à disposii;ão ela pl<a:be f1.mclos por
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