Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

128 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS CINCOENTENARIO DA ACADEMIA De MANUEL LOBATO i'\!.anocl J.nh; 1to, c:ulcira n. J, - "Artur Viana" Não pertenci ao número dos que a planejaram, l'lO de– aibar do século. Longe da pátria, em conquista de título científico, as notícias literárias ou de outra espécie, que me interessavam, só as recebia por meio de jornais pingadas de conta-gotas, ou premidas pela escassez de espaço. A margem, porém, dêsse acontecimento, que outros po– derão melhor identificar, pretendo apenas esboçar, em tra– ços leves e indecisos, ao lado de outras relevantes figuras, a de quem me parece ter sido, por sua formação intelectual acentuadamente francesa, se não promotor máximo, ao me– nos um dos mais devotados obreiros dessa organização. Sem esquecer Paulino de Brito, que sempre trabalhou tanto a prosa como o verso, no sentido de lhes comunicar exatamente o que pretendia dizer, embora, na literatura di– dática, fossem as suas lições verbais mais claras, mais pre– cisas e vivas do que as escritas, chefe proclamado das letras regionais : contemplando também Heliodoro de Brito, escor- 1 eito cultor da língua, fez modelares crônicas hum<?ristas, com acentuada pendência para a crítica, que não quis cul, tivar ; citando a inda Antônio Carvalho, fino e delicado poe– ta, que escrevia seu s versos "nos de Elmano modelados", desejo avivar as linhas para o r ecórte do perfil de João Mar– ques de Carvalho, ou Marques de Carvalho, como de comum subscrevia seus trabalhos d estinados à imprensa. Nunca verdadeiramente afeiçoado ao tipo social da "Mina Literária", que por algum tempo viçou e cresceu em Belém, tendo simpática irradiação para fora do Estado, an– tes mesmo que esfriasse o entusiasmo por essa sociedade, pretendeu êle corporificar outra sob a denominação de "So– ciedade dos Homens de Letras". Não me ocorre se ela che– gou a transpôr as sessões preparatórias, quando aparece ou– tra no feitio de Acagemia, Academia Paraense de Letrae, .,._