Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)

. . REVISTA DA ACADEMIA•P ARAENSE DE LETRAS 113 SAUDANDO UM POETA De TOMAZ NUNES Tomaz Nunes, ca deira n . 22 - "João Pedro ele .Fig ueiredo:' Autoridades . Sr . Presiden t e da Academia. Acadê– micos. Minhas senhoras. Meus senhores : Conta uma velha lenda. em arroubos da imaginação poética do tempo, que humilde pastor comungava, ento– ando câ n t icos, ao sono das t a rdes sonhadoras da India, a hóstia vermelha do sol, no cálice môrno da planície tor– turada p ela raiva inclemente da Natureza, em agradeci– mento às graças, que lhe faziam a mesa abundante de pômos, e as ener gias revigoradas para as lutas a que Deus reserva a pen as o armistício de uma noite. Nascera com êle, n essas paragens calcinadas, a voz do coração, poeti– sando nos pequenos domínios, onde as estrêla s espalha– vam a piedade das lágrimas luminosas . A ca beça tostada , unicamente a man tilha em dobras de requinte orien tal, e a cobrir-lhe as linhas atléticas do corpo moreno, a túnica de frisos capr ichosos - símbolo de uma aristocr acia religiosa que en trou em eclipse quando as mulheres indianas deixaram de esconder o rosto e os interêsses econômicos convidaram a r egião a surtos de traba lho ú t il, sob os a uspícios da política r enovadora de cos tumes, quebrando vínculos tradicionais de povos . Sôbre o istmo rochoso que vincula geogr àficamente as duas antigas pa rtes do Mundo, para a constit uição da Eu– r ásia, n ão se lhes descobrindo limites à classificação de dois con tinen tes distintos, caminh aram como asas de pro– gresso, ameaçando destr uir os alicerces do primitivismo perfumado da crença e superstição, as caravan a·s· do sé•

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