Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)
,.. ,.. REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 103 A TEMPESTADE De CARLOS NASCIMENTO O vento borborinha ... Um frêmito percorre a mata. A poeira sobe, e torvelinha, e voa .. De quebrada em quebrada, o carrilhão reboa do trovão, e retreme, e de eco em eco morre . Há um sussurro em pós: braceja a selva. Atoa, folhas secas o vento enrola e ergue. Socorre a ave o filho ... esma o inseto ... a trovoada impa e atroa, e o viajor no corcel, entre· a poeirada, corre .. . No céu escurecido, o gavião contra o vento em vão se esforça, em vi:.:) ! Guia o arvoredo, e exala no ar, piando, a jurití sem ninho inda um lamento. O rio arfando passa, a empolrar-se alto, em onda . Risca rápido o raio o cedro, e o tronco estala, vacila, e geme, e ran~e, e cai . E a chuva estronda . ...
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