Revista da Academia Paraense de Letras 1952 (Janeiro v2 ex2)
.100 ltEVISTA DA ACADEMIA l'ARAENSE :OE LETRAS vos, qt.e estavam apenas à espera, foram voltando em ava– lanche. Dando então o inevitável massacre. Nasceu disso o desc:redito em .que fica qualquer presen– te, quando se diz que é um "presente grego". Presente que esconde na certa rematada falsidade. O que os gregos apesar de seu número superior nunca conseguiram, a custo de bravura e de perícia militar, conse– guiram a astúcia e a perfídia sôbr e a l ealdade dos troianos. E só assim foi arrasada e incendiada, a pós uma porfiada !uta de dez anos, a forta leza eonsiderada inexpugnável. São notáveis a respeito, as estrófes do glorioso poeia patrício: "Arde Troia. . . De rastos passa atado O herói ao carro do rival, e ardente Bate o sól sôbre um mar ilimitado De capacetes e de sangue quente . .. " É isso, o que Homéro canta nos imortais versos da Ilia– da, considerados um dos maiores poemas da humanidade ... Helena, depois de passar vinte anos entre os Troianos, foi reconduzida para Espa rta, sendo perdoada por Menelau, que pouco tempo sobreviveu ao regresso. Resta uma interrogação, se a Guerra de Troia foi real– mente lenda ou história ? Por tantos séculos esteve incluída a tragédia imensa nos domínios da Mitología, que os historiadores por completo 5e desinteressaram pelas pesquisas para a sua reconstituição. Só a Ilíada, e muito depois, a Eneida, de Vergilio, con– tam em estrófes imortais, as peripécias do portentoso drama g uerreiro. Sôbre a gu erra troiana, nada há de histórico, dizem al– gun s escritores nas Histórias da Literatura, mas Dion Crisos– tomo, baseado em poemas antigos, tentou provar que Troia nunca foi tomada. Não há dúvida que houve uma nação Dár– dana, às margens do Helespon to - antigo nome do Estreito de Da r danelos, - cuja capital foi incendiada. Daí, a dúvida sôbre a autenticidade da nação troiana, e situação de lenda , para o téma da Iliada. Terminada a pugna terrível, os guerreiros sobreviven– tes da p eleja se foram aos grupos, em regresso, povoando 0s mares Egêu, Mediterrneo, Jonio, Arquipélago, e Adriático, recolh~ndo às suas pátrias, de volta aos lares. Uhsses, nessa partida do teatro da guerra, passou por aventuras memoráveis, contadas por Homéro, na sua ODIS– SEIA. E Enéas, um dos heróis troianos, fugindo com seu velho pai às costas, dos rico~ da hecatombe, recolheu depois à Itá– lia, sendo as suas proezas descritas por Públio Vergilio Maro, na Eneida, tido como o mais celebre dos poemas latinos. • j
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