Revista da Academia Paraense de Letras 1950

6 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS patriotismo, de brasilidade, de unidade nacional. O domínio holan– dês era um quisto, que dividia o território brasileiro em dois pedaços: era mister extirpá-lo, para que o corpo sagrado da pátria voltasse à integridade. A primeira batalha dos Guararapes feriu-se a 19 de Abril de 1648, em foco os quatro heróis principa:is, terminando com uma vitória es– petacular, fixada no· quadro de Vitor Meireles. A segunda batalha do mesmo nome deu-se em 19 de Fevereiro de 1649, sob o comando do Ge– neral Francisco Barreto, sendo morto o comandante flamengo, Coro– nel Den Brink e aniquilado o seu exército. Foi a batalha decisiva, que acabou com o domínio holandês no Brasil a mais séria ameaga à uni- dade nacional. ' 22 DE ABRIL (de 1500): - Descobrimento do Brasil. Foi nessa data do ano de 1500 que nasceu o Brasil para a civili– zação ocidental. Certo já existia a Tupilândià, de Cananéia a Belém, depois acrescida para o Sul e pa.ra Oéste . Mas essa extensão de terra desconhecida não constituía uma nação dividida que estava entre tri- bos rivais. • O notavel acontecimento casual ou propositado, que o artista fi– xou no bronze eterno com as figuras de Pedralvares Cabral, Frei Hen– rique e Pero Vaz de Oaminha não f.o,i um fato fortuito como o de Vi– eente Yafiez Pinzon; o almirante tomou posse da terra, deixou nela re– presentantes e logo depois iniciou-se a colonização. Apesar de pre– ocupados com a Ind.ia mais rica e imedi.atamente aproveitavel, os por– tuguêses tomaram conta do Brasil onde só havia no momento. o pau de tinta de que tomou o nome . Então trouxeram 'da Europa e do Ori– ente, os animais domésticos e as plantas cultivaveis. Destas, algu– mas se tornaram tão comuns que parecem nativas, como a mangueira das ruas e a papoula ou mimo de V-ênus dos jardins, não fossem cha– madas Mangifera índica e H,ibiscus rosa sinens:s. Fez-se o desbrava– mento da terra e a dilatação da conquista para o Sul e para o Norte. R-ealioou-se quando mister a defesa contra os inV1asores. Manteve-:;~, a todo custo, a unidade do país criando,..se um govêrno geral uni- tário. ' 1Deram-nos os portuguêses uma civilização latina e católica, que fa".oreceu o cruzamento -das raças, permitindo o milagre de cam: a avo negra abençoando a neta ariana. . Quando nos deixaram com a partida de D. João VI para a Eu– ropa, o Brasil estendia-se ' quase cem vezes maior que a metrópole, do Atlântico ao Javarí e cio Mar dos caraíbas ao Estuário do Prata . _o~. Gustavo Barroso lembrou há pouco, no "Cruzeiro", as c:tuas provmc1as perdidas: o território de !nini também chamado Guiana Francesa e a Cisplatina ou Uruguai. ' Devo uma homenagem especial à Espanha, a tia rica, nobre e geryerosa, que permitiu ao sobrinho, moreno e pobre, a:mpl!a_r-se pelo PaJ.s das Amazonas que pertencia de direito a.o Vice-remado do Perú. Refiro-me à memoravel viagem de Pedro'Teixeira (1637-1639), ,:iuase ao termo do domínio espanhol. 28 DE SETEMBRO (de 1871) : - Fraternidade dos brasileiros, expressa pela Lei do Ventre-livre. Nessa data, extinguiu-se praticamente a escravidão. Não ha– vendo mais o tráfico africano e não se nascendo mais escravo, a abo- J . 1 1 1 1 a

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