Revista da Academia Paraense de Letras 1950
REVISTA DA ACADEMI.\ PARAENSE DE LETRAS 79 so jamais conseguira receber um "Jaques Flores amigo: lGovêrno Pais de Carvalho . Falto- Desde muito que eu o SUJ?UYU:ª mês inteiro de vencimentos, a não -.em porfia com Santo Andre, taq ser quando esteve na Secretaria o :retardado andava sempre v. nas doutor Serzedelo Corrêa . .suas promessas. Mas as narrativ~s Verdadeiramente surpreendido populares nos ensinam que ~ao ficou, quando recebeu o dinheiro. devemos duvidar da pavulage, am- E dizia ao seu chefe: da mesmo do jaboti em desafio ao -.Juro dr. Serzedelo, que só ·mais ligeiro dos veados. . . gora vim' a saber o meu ganho Até q?e a _sua Pan_ela de Barro verdadeiro. Daí por diante nin– chegou as mmhas maos. toda sa- guem O venceu em assiduidade. brecada de fogo, por andar de Era dos primeiro.,; que chegava.. trempe em trempe, desde 1947, e dos últimos que saiam. E um rUa. quar:ido ficou pront_a para o uso · em que recostado em sua cadeira Ja provei dos qmtutes que .nela e as pernas estendidas sobre outra, ,; . preparou para as letras pana- dormi.a a sono solto foi desperta– ·enses. Ante~ de mais _nada, apre- do pelo ruido que fazia um fun– cio o linguaJar apropriado aos a~- cionár.o a fechar as janelas, ex– suntos de sua escolha. E' simples/ clamou• e desatavia~o. à maneira do }l~bi- -Qu~ fazes? tant e da hmterlandia amazomca, 1 -.Fecho a repartição. n1as obediente a um feitio pessoal, -E os outros? inconfundível, todo seu . 1 -Já foram todos. - Prefiro: isso, às tentativas ino-1 -Canalhas vão-se todos e fico -cuas dos que pretendem reproduzir só eu a trabàlhar. as falas caboclas, P?rq1;1e não o_b- Nêsse ponto, como no in_dumen– "tendo ,a natural sequ~nc1a na e~is- to, eu quero acenttiar a diferença são do pensamento smgelo, bro~ad'J aue há entre o Juvenal e o Jaques. sem qualquer esforço, como n que trabalha e tem pouso certo. -água de um olho dágua, perdem o A quasi semelhança é apenas •que há de graça nativa ness,v; relativa à singeleza do estilo. Re•• conver.sas . tornemos ao livro. Comecei por Repare bem que no arremedo aprec;ar a descrição minuc·iosa 1: •de "roceirismo" empregam pala.- interessantíssima do preparo dE ·vras deiormadas que não h á calJO- 1 uma panela de barro. Posso contat ·elo que entenda. . 1 por alguma centena as que vi fazer. · V. conseguiu temperar um.est:• 1 na minha meninice e até na m9ci– lo digamos assim, em que a n~ge- dade mas nunca me apercebi da mia graça primitiva é mantida, delicàdeza do trabalho. E eu que conservando a singeleza dos nar- conjecturei muita vez caso !a– ·radores sertanejos. lhasse na ,;ida em cria'r pintos na. Em geração .multo l'!-nter~or ,à i r oça, agora coin a sua receita ?I. sua porque antecipou a mmha , ,vista, gostiaría de mudar de ocu– -um 'escritor qua.si assim deparo em I pação para manipulador de pane– .Juvenal Tavares (Luiz Demetrl( las. J'uvenal Tavares). Tavares que era Em outras páginas do meu agra– como v . , poeta, tinha prazer em do, não posso esquecer as emoti_y9.-S ccntar costumes da roça, e en:i, um que v. dedicou ao José _Simoes. dos livros do rnudoso Eustaqu10 de querido amigo em quem tao poUCf? Azevedo está reproduzido um e~- hav~a de carne, que eu sempi:e so pecimen. Foi intransigente boe- consegui apreciar-lhe o espir1to . mio. de menino a velho. ~endo: E, aqui, vamos parar num abra- ·porém, republicano. ccnsegu~u ser ço amigo aproveitado como funcionário ~a (a) Manuel Lobato . Secretaria Geral do Estado, se na-:• -antes, com certeza ao tempo do Em 18-6-49.
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