Revista da Academia Paraense de Letras 1950

.. 78 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS REGISTOS & APRECIAÇÕES UM ESCRITOR PARA A MULHER MODERNA "Louras do Sul, morenas do ça de um psicologo e tudo narram Norte", foi o último romance da como se nos desvendasse uma téla. fecunda autoria de Raul Azevedo de animatógrafo! que li, não faz muito. entre a enor- Em sete romances, quatro livros ~e seára de livros àe minha afl:_i- de contos oito obras contendo en– çao, e b~m. poucos f_ora~n. e ~ao Isaios e viagens, oito livros de crô– obras_propriamente hteranas, p0~- , nicas e conferências e mais dois li- – que so me atra~m~ ~o outono da y1- vros aguardando divulgação, ao to– da, tomos <;te historia, de educaça?, do quasi trinta volumes ,o laborio– de ~onom1a, meus estudos hab1- so escritor é um dos mais legítimos tuais. . homens de letras do país, porque a . Poucos ro!Danc~s tenho hdo, des- sua obra é muito brasileira brasi– d~ que a mmha Juventude passou, leirissima em tudo se distinguindo t ao saudosa e apre.ssad~... M~s a sua ânsia de emocão e de beleza– sempre que tenho em maos um h- pela nossa terra e pela nossa gen– vro d~ Raul Azevedo, faço exce~ão te. _ JOAO DA SELVA. e o leio u-do, com a mesma ansie- dade desde que compulso as primei- ras páginas. E 'que o escritor é u!!l joalheiro de cenas e emoções da vi– da que se vive em toda a parte ani– mada de creaturas que são sintesf'S da alma humanisadta. Nesse novo e admiravel romance o autor exibe espetaculos de exis.: tências que se movem em torno de ambientes que a gente surpreende em cada rua, em cada cidade em cacl,a pa ís. E os homens e mulheres que ali se movem, naqueles capitu.: los cheios de suavidade são figuras que reproduzem flagrantes e te1n– peramentos de uma época de pleno mundanismo, viu-rioso, que já em– polgou o mundo. E as mulheres? Como Raul de Azevedo conhece de seus segredos de suas ardentias, de seus hábitos , ~os~umes, ~e seus próprios e im– propnos destmcs! Escritor assim que deve ser lido por tod,as as mu.: _!her~s. é um perscrutadci- de alma~ mqmetas, um adivinho predestina– do de emoções, daqueles que t êm a certeza dos horoscopos feminino~ porque tudo dizem com a seguran~ MANUEL LOBATO, o acadêmico autor da carta que se vai ler, é uma.. das figuras ma rcantes do pensa– mento amazônico como homem de· letras da melhor estirpe ,e jornalis– ta que foi na mocidade, completo, onimodo. - Crith:o literário, sabendo ver· num sin1ples capitulo a "alma in • teira de uma cbra", seus conceitos· em t0rno de nm livro, quando ex– pressos com o entusiasmo mesmo sobrio como é do carate'r desse grande espírito, valem pela consa– gração do autor a quem foram de– dic,ados. Para ma is, paraense que · -nasceu no interior, em pleno cora– ção do Marajó_ ninguem melhor do que Manuel Lobato para julgar do que em "Panela de Barro" consti– tue o que ele próprio chama "sa– borosos quitutes" ... Jaques Flores tem, portanto, nesta carta, a mais sintética, mas· também, a melhor exaltação rie: seu livro. t

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0