Revista da Academia Paraense de Letras 1950

• 74 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS / I VITORIA-REGIA Carlos Nascimento Dorme o lago sob a asa orvalhada da sombra .... O matagal respira e no hálito da brisa Há o frio da água'mànsa e o cheiro acre' da alfombra A olência equatorial, que no ar se vaporiza .. , ' E é de ver da ninfeacea, em sítio em que ela ensombra A esbelta ambula real boiando na água lisa . .. Mas venha o sol, e enquanto a selva. que se assombra, Pela garganta da ave, a luz sensibiliza. Surge, periânto em pompa heril ,a ferroa egrégia, A perfumar o ambiente, onde o o!har se recreia, Alma da terra verde, a alma vitória-régia ... Surge imácula, ideal - casto orgulho de Céres, Corpo branco, a ondular, da. exilada sereia que um Deus tornára flôr com a graça das mulheres. O que foi a original «~ .. ~ina Literaria»- A :;vriNA LITERARIA foi a primeira associação de letras fundada. em Belem do Pará a 1 . 0 de Janeiro de 1895 precerlen.do mesmo em todo o país, à Academia Brasileira de Letras,' que é de 15 de Dezem– bro de 1896 . Noticiando a fundação da Mina. o grande diário "0 País". da capital da República divulgou o seguinte em sua edição de 24 de Março de 1895: ' ' "A MINA LITERARIA" é uma associacão de rapazes de letras, fundada no Estado do Pará com o incentivo de desenvolver a lite– ratura no vasto território a'a Amazônia. De organização toda especial o seu presidente tem o nome de mestre; o vice-presidente, contra:mestre; os secretár:01;, 1_. 0 • e 2.. º. r.~efes de turma; ? tes:::ureiro. guarda das ferra.~entas; o b1blloteca– r10, gua;rda dos mmerais; os demats sócios mineiros. Há ainda o titulo de mineiro honoràrio conferido às autori• dades literárias do país. ' Os livros dessa agremiação de moços são denom_inados pran• chas, as atas, laminas e o edifício onde funciona a sociedade recebe o nome de Poço. Os mêses marcados pelas ferramentas, e começam :le martelo, janeiro, terminando ,em aurea. picareta, dezembro. Cada mineiro tem um nome de guerra com o qual é obrigado a apre.sentar-se no Poço, sendo-lhe facultativo usá-lo ou não, na as• l!inatura de suas produções. Guilherme Miranda por exemplo, é o Topazio; Teodoro Rodrl· gues, o Iris; Bertoldo Nunes, Esmeril; Artunio Vieira, Sílex; João

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