Revista da Academia Paraense de Letras 1950
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 69 -não desmentira o seu passado, não abjurara as leis da vida sã do teosofismo sadio, continuando dentro do sentido dos versos de oiro . -dos pitagoricos, já deslembrados das côres das camisas em luta, o que · era um formal desmentido ao invencionism-o daquela entrevista. de •-que talvez não tivera conhecimento, nem mesmo chegando a ler, cer– to por falta de tempo, visto que este nem ao menos lhe sobrava para !!Ontar o seu próprio dinheiro. Volt ára Henry Ford a ser o mesmo humanista e antes de fin– -dar a guerra eu já o havi,a redimido de qualquer intençã,J equivoca, •como a que me pareceu o haver empolgado naqueles dias de sufocan- tes apreensões ele Hl41. , .E revoguei minha primitiva sentença de eletrocuçãc. Ford morreu per<icado. Ab:mlvi-o do horrendo pecado, que a maldade de certa propaganda lhe havia atribuído. Ele queria de fato a felicidade -<:los povos cu~o destino a ação rapace de especuladores procurava ·jestruir tudo envolvendo na in tranquilidade. Pe1:doei-lhe. Mprreu por mim perdoado, porque viveu comba– ·.tendo, na paz cc.rno na guerra, pelo Destino dcs povos. ·Ü MEU H BANG ÚÊ " Carlos i~STEVÃO Este engenho "BANGÚÊ" que trago dentro em mim E aue tem a feicão De um coração, Anda ruim. J á não tritura bem as canas da existência. Que hei de fazer. porém? Ter paciência! Está veiho . Cansou . Ninguern há que não canse. E êle que, sem parar, já tanto trabalhou E' justo que descanse. • As canas que moeu foram tão variadas E por vezes, tão duras, que as moendas Não pod ,am deixar de ficar estragadas. Talvez até agora inda não tenham fendas Mas, por cert9, depois de tão longa moagem Bem gastes hao de estar os dentes da engrenagem. A princípio sàmente o meu "BANGúl'l:" moia Cana branda, macia... • A caninha "Creola" delicada Da minha meninice alegre' e descuidada. Depois, a mocidade veio vindo E vindo a mocidade, também veio Nwn mundo novo estanhamente lindo Nova fase de vida, novo anseio . • Foi então das moendas excluídas A mimosa "Cre: ula", a gulodice Grandemente por mim apetecida Na minha meninice. Tinha chegado a quadra venturosa E ine.squecivel da existênc:a hwnana E ai o meu "BANGÚÊ" moeu a capitosa A soberba e ideal cana "Caiana" A cana da ilusão, do amôr, da fantasia Do sonho, da esperança e da poesia. '
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