Revista da Academia Paraense de Letras 1950

62 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ras foi preenchida pelo dr. Alvares da Costa, ex-presidente da ex– tinta "Mina Literária"; pouco tempo depois falecia. Da vida efêmera que teve a Academia, na sua 2. a. fase, o próprio autor da sua fundação definitiva - Rocha Moreira - em um longo artigo retrospec~ivo, publicado na "A Semana", do Pará, a 9 de ou– tubro de 1920, disse estas verdades: "A desidia dos acadêmicos matou a Academia, cujo único brilho consistiu na sua sessão de instalação, realizada no recinto da Câmara dos Deputados, fazendo Tito Franco o dLscurso oficial, num impro– viso brilhante, e Alfredo Lamartine uma bela conferência sôbre "Os Simbolos" ... Depois, a apatia reinou em torno da agremiação". E, na verdad_e, nada mais fizeram por ela os 40 acadêmicos! . .. Mias, a Academia não morrera! Quinze anos depois resurgia das cinzas como a ave lendária! Foi isto em 28 novamente aos esforços de Martinho Pinto, Rocha ~oreira, Dejard de Mendonça e Elmano Queiroz - todos já falecidos. Parece-me ouvir ainda a voz de Severino Silva, orador oficial na sua reinstalação ,a 15 de agosto daquele ano: ". . . Ressurge, pois, a Academia. Ressurge para se integrar no momento social e estético contemporâneo; para volitar com as asas de Ariel, para se inundar da música universal. de Pitágoras ... " Foi um belo discurso, êsse de Severino Silva! Relembrou os poe– tas para enses mortos, desde Tenreiro Aranha a Tito Franco de Al– qieida e Medeiros Lima; evocou Orfeu, na Trácia ,e Lumir, na Bo– hêmia ~ foi inspirado e brilhante! Esta fase rútila da agremiação mais alta dos homens de letras do Pará - entusiasmou-me, boliu-me, tocou-me n 'alma! Jubiloso e idealista -1 aceitei, então, o lugar que há 15 anos, recusara e que êles, >s acadêmicos de novo. me ofereciam. Que lindos festivais se seguiram depois ! Cada recepção era um triunfo; o Teatro da Paz ficava a cunha, repleto do que de seleto e culto possue a sociedade paraense. A visita que fêz à Academia o saudoso escritor e poeta Augusto de Lima, que já repousa no Panteon, foi uma apoteose; a recepçã:, da excelsa escritora portuguêsa Maria O' Neill, no palco daquele tea– tro, - um sucesso! Oiço-lhe ainda a declamação fidalga e cati– vante! ... Como relembrança desses brilhantes festivais da inteligenl-ia, dPsses lindos saráus de Arte, permitam-me que aqui deixe, como um registro histórico, as seguintes recepções de acadêmicos, realizadas com toda a pompa e magnificência dos belos acontecimentos: 1. ª, a de Osvaldo Orico, a 11 de setembro de 1928, recepcionador: dr Dejard de Mendonça; cadeira de 'fito Franco. 2. ª a do dr. Amazonas de Figueiredo a 11 de outubro; r ecepcio– nador: dr. Remigio Fernandez; cadeira de Carlos Nascimento . 3 .ª, a do dr . Jorge Hurley, a 12 de novembro; recepcionador: ur. Martinho Pinto; cadeira do dr . Manuel Barata. 4. ª a do dr. Alcides Gentil a 20 de dezembro; recepcionador; Manuel Lobato; cadeira do professor João P. de Figueiredo. . 5. ª a do dr. Misael Seixas, a 9 de março de 1929; recepciona– dor: dr .' Alfredo Lam.artine; cadeira do dr. Alvares da Costa. 6. ª, a de Elmano Queiroz, a 11 de abril; recepcionador: dr . Al– <:ides Gentil; cadeira de Vespas!ano Ramos. 7 .a a do dr. Deodoro de Mendonça, em 11 de maio; recepciona– dor: dr.' Lu iz Barreiros; cadelra do dr. Inácio Moura.

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