Revista da Academia Paraense de Letras 1950
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 59 No camarote do governo, o sr. dr. Paes de Carvalho, governa– d or do Estado, tinha a ladeã.-lo d. Antonio Brandão, bispo do Parâ, ,e o dr. Adelino Melo, consul de Portugal. No palco, em. lugar especial, estavam a Academia Paraense, que se instalava nessa ocasião, o Instituto Histórico e a diretoria -da Liga IIumanitária. ?"> Falaram os srs. H. Santa Rosa, abrindo a sessão; dr. InáclG Moura, pela comissão do Centenário; dr. Passos Miranda, pela Ac:1- ctemia, e dr. Castro Pinto pela Liga. Em nome do Instituto Htstórico, íalou o dr. Barroso Rebelo. O magnüico programa musical da festa foi rigorosa e brilhante– mente executado, sob a direção magistral do maestro paraense· 'G:a.– m.a MJalcher, pela grande orquestra da companhia líri~a italiana, que então se exibia no Teatro da Paz. Fica, assim, restabelecida a vei;dadeira data da fundação da Academia Para~nse, que é 3 de maio de 1900, e não 10 de agosto de 1913, como se le na "Folha" matutina de ante-ontem. - O nosso silogeu, é pois, o segundo instituído no pais depois da Academia Brasileira. - O. N. (Da "Folha do Norte", de 10 de maio de l938). NOIVADO ALVARES DA Sll.VA Pois que agora já tens, ó Lúcia, a idealizada Forma que o meu amor em sonho azul resplende, Deves ter para o Ciúme, - o empavezado duende, A comiseração do mar pela jangada! ... No tempo em que eu cantava endeixas à alvorada, E falava em jardins e em tudo o que rescende, Fiz uns versos ao Ciúme (ai como isso me ofende!) Nêle vibrando a luz do olhàr de minha amada... O momento é muito outro e agora és tu somente. Que deves de esquecer, na alvorada presente, O Ciúme, que é só meu, por ti, por teus desejos... Quero-te meiga assim, solenemente pura, De um noivado feliz na ambicionada alvura, Prisioneira do amor num carcere de beijos! ... Mnnáus - 3 de setembro de 1910. N. da R.-. Este soneto, que encenou wµa de:iena. todos c,ob o mesmo título, foi escrito e publicado em setembro de 1910, pelo "Jornal do Comércio", de Manáus, ao tempo em que o poeta era seu redator, com PERICLES MORAIS presidente em 1950, da Academia Amazonense de Letras. Recitado em vá11ias festas intimas e saráus lite.Tários daquela cida,le. NOIVADO foi reproduzi.do por jornais e revistas de dirc- 1·entes Esta,Ios, na mesma época em que se tornavam fa– mosos sonetos de Olavo Bilac Railnundo Corrêa Guima– rães Passos, Machado de Assis', Jonas da Silva, O 'poeta de 1910, quarenta anos depois, preside a Academia Paracnst– de Letras, de que também faz parte Paulo Eleutério Filho... E LúCIA, a musa inspiradoo\'a de sua poesia é hoje ditosa. avó de cinco netinhos que1·idos dentre os quàis Paulo Eleu~ tério Neto. '
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