Revista da Academia Paraense de Letras 1950

54 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Três sonetos de Bruno de Menezes Mar grosso .. . Vento sul .. . As crespas ondas galopam chicoteadas pelo vento . Cava-se o abismo em marulhosas rondas, que se alteiam e se abatem, num lronento. O' mar, por que em macabro sofrimento, clamas aos céus e dentro .a noite estrondas? Qual será teu secreto sentimento, a dor de amar, que teus miistérios, sondas? ... Quizera penetrar os teus instintos, teu seio de esmeraldas ·e absintos, como um náufrago na torva solidão... E em meio às algas, de madebcas soltas, saber de tuas calmas e revoltas como as que agitam o humano c'oração. (Inédito - Bordo do "Aratimbó". --,..- - -- Aos seus irmãos Poetas da amorosa cidade capital de Pernàmlbuco.' Recife: O coração adivinhava Que eras a Bem Amada na distância. Parece que eu te via desde a infância, · Neste sonho de amor, que me embalava. E a entresonhar essa lirial estância, A minh'alma ao teu sol desabrochava. Tua poesia, dentro em mim, cantava, E eu te queria com ternura e ânsia ... - Hoje te abraço . . Enquanto a amigia lua, Abençoando êste instante inesperado, Alva, suspensa, a nos unir, flutua. Cidade - Ondina que ao luar se exibe: - Deixa que eu viva neste amor levado, Deim. que eu seja teu Capibaribel Para a REVISTA da Academia. A lua, o mar. . . Como nasceu a história do amor entre êses dois enamorados? ... O mar, em seus bramidos revoltados, a lua, em, mansuetude, merencórLa. 1.-, 1 i

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