Revista da Academia Paraense de Letras 1950

42 REVISTA DA ACADEMIA PARAEN~E DE LETRAS apqntado como o élo de transição entre animais e vegetais, não pas– s!Lva de uma porção miserável de sulfato de cal. Os trabalhos de Ri– chet provaram que existe um fôsso intransponível entre o primeiro dos símios e o último dos homens. Do positivismo de Augusto Conte restou apenas a lembranca de uma página virada no• livro da filo- sofia. · O homem vem de Deus e para Deus voltará. Possui, sensível e .divina, uma alma imortal. Assim proclamam os dogmas da igreja cristã em perfeita har– monia com os ensinamentos da ciência contemporânea. A caudal materialista que passára atirando na margem da vid?~ como destroços melancólicos e solitários os corações sem fé de tantos homens, serviu, ao menos, depois de sumir no oceano da verdade, para robustecer a crença daquêles que a tinham conservado. Assim foi com meu falecido pai. As diretrizes traçadas pelo divino M~stre se constituíram a norma inflexível da sua conduta· de cidadão inata– cável. Católico convicto encontrou na prática dos sacramentos o po– deroso arrimo e a consoladora esperança dos que amam a Deus. Quando chegou o dia de partir para sempre, Cristo que êle ama– ra e servira, quis que ê.sse dia fosse uma quinta-felra da semana da paixão. Foi nesse dia aos 29 de março de 1934 momentos depois d.e , eceber a comunhão, que a sua alma partiu dêste mundo para reunir– se ao Criador. 21-8-1948. ( Les Ãpparltlollll) aJtroJ MAURÍCIO ROLLINAT ( Tradução de SOUZ A MO I T TA ) (Ao dr. ELIAS VIANA, cordialmente). Rubido, rutilante, ao tombar no oc-idente Maior inda parece o sol, já moribundo, Enquanto a lua surge e ascende lentamente: - Rainha em face a um rei que se exila do mundo - .................................... Entre frócos suti.s de nuvens como ao fundo, D'uma extranha cortina a entreabrir-se no oriente, Ei-la a espreitar o sol, que o azul do céu profundo Transforma na agôniia, em rubra pira ardente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . Os dois astros - contraste eterno - a morte e a vida! E em perpétua ascensão, buscando-os, o árvoredo, Para o infinito alonga a fronde enternecida! ...... ........................... ... E no êxtase da tarde, entre sussurros de onda, Enquanto o sol se obumbra, a l_ua, cauta e a medo, Inícia a triunfal, noturna e eterea ronda. • Belém. 17-9-46. l

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