Revista da Academia Paraense de Letras 1950
t 38 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS " ...fragmentos do céu no seu sorrir". Como vai longe o tempo! Nêsse raiar de uma nova aurora para os olhos deslumbrados do moço sonhador, poderia dizer como o poeta à sua amada: "Quando os seus olhos me olharam no primeiro dia, foi tão grande a minha emoção! foi tão alta a minha alegria! que dentro em mim toda uma primavera de sonhos, de esperanças, de desejos cahtava, floria ..." Como vai longe o tempo! E foi essa mulher que fez o acadêmico de hoje. Como há quasi três decênios decorridos, ainda é ela que anima e encoraja o esposo, o historiador, a pesquizar, a produzir, a tecer as páginas dos livros que escreve soo a luz da sua inspiração. E' que para ela eu tenho o destino dos eleitos! E quantas vezes ditando-me coragem .alentando-me a fé. não repete sózinha, com àquela crença que produz o milagre e sobjuga b mundo: "Nada o suplantará na inspiração que o inflama: Pois tendo, embora, os pés mergulhados na Iama, Traz o craneo pousado entre os braços de Deus!" Rendo-lhe neste momento emocionante, o culto da minha home– nagem, depositando em seu regaço os troféus desta noite. Poderei, então, dizer-lhe, como no dia em que para a minha sen– sibilidade de escritor, li, o primeiro elogio ao meu livro de estréia: Estes louros são teus! E' tua a minha glória! ENCANTOS DO PARÁ J. EUSTAOHIO DE AZEVEDO Um c,éu azul de estrelas recamado - o céu mais lindo do universo inteiro, onde Phebe resplende e sublimado, e soberano, o sol brilha altaneiro; azues montanhas; mares e campinas verdes; praias de areias luminosas... manhãs albentés noites opalinas e balsamicas tardes deleitosas. Florestas virgens passaras altivos, de pll.11lliagem cambiante e canto ingente, siriêmas, sabiás, galos da serra... são primores, belezas e atrativos, que tornam bemfadada e seducente a joia do Brasil que é minha terra!
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