Revista da Academia Paraense de Letras 1950

36 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS' O 5. 0 e derradeiro volume dos "MOTL.'TS" foi impresso nesta ca– pital, na antiga Livraria de Tavares Cardoso & Cia .• quando ainda. estabelecida na travessa de São Mateus. E' onde está condicionado o mais precioso documentário da obra. I_taiol esforçou:se na pesquiza, no tombamento das peças ma– nuscritas que compoem os codices mais notaveis da nos.sn Bibliotéca e Arquivo Público . . Se não deixou com essa a cronica definitiva da cabanagem dan– do cportun:dade a que outros pesquizadores se refizessem no filão on– de colheu as gemas com. que enriqueceu a história regional, pelo me– nos desvendou a fonte onde ainda ;;e abeberam rros dias que correm quantos se dedicam à patriotica tarefa de plàsmar, através de es..'. tudos mcnografjcos, os diferentes aspectos da noss·a torm;i,ção his– tórica. Era r.dmiravel a capacidade de produçáo de Domingos Raiol. Enquanto selecionava o documentário que iria servir de base aos "]¼10TINS", conseguia tempo para coordenar iro.pressões e fixá-las num livro bem aceito pela critica do seu tempo, apesar das paixões- 1iartidárias que dividiam os oL,servadores literários dessa primeira metade do século XIX. "BRASIL POLIT!CO" foi o titulo do en– i;aio gizado em torno -dos partidos políticos do império, impresso nas of:cinaB do "Diário do Comércio" sediado à rua da Paixão, que é a atual 13 de Maio, nesta cidade. • Veio a seguir, em 1867, a coleção dos discurses pronunciados no parla:mento brasileiro, sobre a abertura do Rio Amazonas à nave– gação internacional, e onde teve papel de relêvo o deputado Tito Franco de Almeida. Esse tomo, a que Raiol deu o título de "ABERTURA DO AMA·· ZONAS". foi impresso em Belém, na tipografia d -:i "Jornal. do ~a– -zonas" montado à traves.~a das Mercês hoje Frutuoso Gmm.araes. Nà "REVISTA DE ESTUDOS PARAENSES" publicou o Barão. em 1894, um :;ubstancioso "Capitulo da História Colonial do Pará". not~ · vel trabalho de pesquiza e interpretação social acêrca do estabeleci– mento e influência dos franceses holandezes, ingleses, espanho!s e portugueses na conquista e exploração da Amazônia. Depcis · da publicação dos "MOTINS" deu-nos Raiol o "JUIZO <;RITICO SOBRE AS OBRAS LITERARIAS DE FELIPE PATRONI". E' sabido que P.atroni morreu louco. Quando ainda residia nes– ta capital. colaborando nos jornais da época, deu robustas provas do seu desequilibrio mental. Havla , no entanto, em torno de Patroni, uma aura de simpatia tão generalizad-a tão arraigada, que as suas J)roduções. embora confusas e desconcertantes, eram ~idas como no– taveis e lidas e guardadas pelos seus amigos e admiradores, como autentico., surtos geniais. Certa vez isto foi em 1854 Patroni estampou no jornal "13 de l'&io" uma po'esia dedicada à Nossa Senhora de _Nazaré. Er~ P.elo tempo da festa e os versos constituíam. um desconJuntado de ideias, proprias do est'ado mental do autor. Escrevia Patroni cousas como esta: "Pois Kor-oca é já Matias? ... Logo, o Norte é eleição. Um José não é mais bispo! Felipe não é vigário! Nem Ana é mãe de Marial . .. Em Nazaré onze estão.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0