Revista da Academia Paraense de Letras 1950
32 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS . E fic~ei aqui. ~om .ª minha emoção. tal como no vetusto Palá– cio da Qttl;Ilta d~ Boa VlSta, preso ao tope da escada. com o pensa– mento cheio de unagens e a alma prenhe de reminiscências. .E' _que vejo diante de mÍII! aqueles vultos eminentes que em di– ver~ epocas da nossa formaçao cultural, deixaram em páginas im– ~erec1veis, os largos_ t~aços d<;> seu tal~nto. São os que tem, aqui, o.:; .:E:_US nomes ligados a imortalidade. Sao os patronos destas cadeiras. Sao os homens que c~m su~s pen~. - bW:eis a esculpir na pedra bru– ta, - deram ao Para, aquele relevo que e o nosso orgulho e a razão do conceito desta Casa. E' por isso que atravesso os umbrais da Academia com o mes– mo respeito cam que penetrei nos corredores do Paço Imperial sen- tindo como cantava o bardo na sua lira emotiva, que, · "Quando o passado é grande é um túmulto a saudade" . Rendo o meu culto ao pasado. Prosterno-me diante àa saudade. SURSUM CORDA. A ll:POCA E O HOMEM Entre a chegada venturosa dos portuguêses em Belém e o domí– nio definitivo da terra, desenrolou-se o grande drama da colonização. A resistência oposta peles aventureiros espalhados no vale, sob a, 13roteção de bons forte~ e a ajuda substanciosa de mercenários ex– perimentados na arte dá guerra, deu oportunidade a que se escre– vesse na Amazônia, um dos capítulos mais vigorcsos da história co– l0nial do Brn ~il. Do reino começaram a chegar. nas varias fases dessa campanha cruenta e hero:ca, homens que sob a bandeira d'El-Rei, traziam as cabeças che!as de sonhos imbevecidos. que vinham erro a notic!a dos tesouros encantados da região. E assim, desembarcaram em Belém. nobres e plebeus. Soldados e operários. Agricultores e cronistas. E todos esses homens, concluído o cíclo da conquista, espalharam-se pe - lts recantos da terra paraense, fundando e colonizando vilas, desbra-– vando matas percorrendo rios subindo cachoeiras, procurando avida– mente· o ouro'e pedras preciosas, levando para além do traçado ordin~.– r io, as nossas divisas geográficas, construindo lares, dando desse modo origem às familias que até hoje ostentam com justificado orgulho nà $'Ua árvore genealogica, os nomes desses ascendentes famoso& . Até os fins do século XVII nã0 vemos registrado nas cronicas da época, o nome de Raiol, que começa a aparecer com certo relêvo, nos anais do terceiro decênio do século seguinte. Encontrámos a primeira referência a esse ramo, cujas raízes es– tavam plantadas em Portugal num documento manw,crito da cole– cão da nossa Biblioteca e Arouivo Público. Trata-se de uma carta tra– çada pelo próprio punho dÔ capitão-mór Nicolao Pereira da Cost,a, que desde 1713 se estabelêcera na Vigia, como mandatário d'El-Rei. Nêssa ccrrespondência aparece pela primeira vez nas cronicas da capitania, o nome de José da Costa Raio!, na qualidade de Capi– tão da Companhia de Ordenança. No mesmo documento está apensa ums, relação de pessõas que serviam na Camara da Vila e dos privilegiados que faziam parte da famcsa Companhia µe nobreza da localidade I
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