Revista da Academia Paraense de Letras 1950

r .1 1 11- .. REVISTA DA AcADEMIA ·PARAENSE DE LETRAS 17 trabalho, modüicando a paisagem da terra que se abriu para os pri- meiros surtos da ,agricultura. ' E se o elemento do nordeste não está soberbamente vitorioso na zona planiciária, ele tem sido, até hoje, a fôrça dinamica do nosso escasso povoamento. Os nipônicos. trazendo normas diferentes para o desenvclviroen– to agricola, não firmaram pé, muito embora tivessem a assistência de médicos do seu império. · Os nordestinos foram eficazes e o atestado aí está. E se a inda estamos esperando pelo nosso máximo problema, que é trazer povos para o Eden amazônico, na plenitude deste sonho de redenção am– bicionada, que este mundo verde abra o seio a gentes como os ser– tanejos do nordeste e aperte ao colo perfumoso novos _Anhangueras e Fernãos Dias Pais Leme como os alenc.arinos. E, sqbre esta terra cheia de vitalidade, desprezados os métodos obsoletos, corram os ara- dos para a lavoura e agigante-se a pecuáría. .· Subjugando-a aos princípios e diretrizes eficientes dt>, hoctierna evolução da época, ajustando-a aos cânones da técnica vitoriosa. ::ti. então, no Reino da Quimera, que pompeia ao sol e onde a luxuri!'\ esbravejante dos repiquetes nos inunda de água, veremos a Glória a jorrar os seus clarões purpurinos, numa sublime apoteose. num re– bento singularíssimo de luz, numa pletora estonteante de felicidades. A FESTA DO CAUIM (Na. taba dos Tupis) No espaço o maracá selvagem chocalhando, No terreiro da taba em circulo f0rmada A cabilda feroz, em festa vai cantando · O.s feit.os geniais .da prole antepassada. A um canto, triste e só, aquela cena olhando, Co'a forte ''mussurana" ao poste acon-entada, A vítima infeliz sente que vai chegando O memento fatal de ser sacrificada. E no auge do festim avança - hora suprema! Enraivec-ido, o algoz, vibrando a tangapema, Tomba a vítima ... o sangue, em jorros, espadana. E naquele furor os membros espedaçam .. . Deitando-os no "bucan" as velhas, esfumaçam E a -rir vão banquetear-se em rubra oarne humana. TEODORO RODRIG;uES •

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