Revista da Academia Paraense de Letras 1950

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS 09 Comemorações do Jubileu da. Academia Paraense de Letras (Noticiário da imprensa de Belém) Dos jorna~ de 2 de maio de 950: No domingo, 30 de abril, houve Teve a palavra, então, o ora- dois atos comemorativos dos cin- dor des.gnado para a cerimônia, quenta anos de fundação e inaugu- acadêmico Wenceslau Costa, deten– ração dia Academia Paraense de tor da cadeira de Alvares da costa, Letras. e substituto de IV'J.isael Seixas, que O primeiro foi a a ssistência à proferiu um emocionante discul'so, missa no Santuário de São Fran- cheio de evocações à memória. de cisco, em ação de graças pelo acon- riuantos pertenceram à Academia, tecimento, notóriamente excepcio- desde o seu primeiro presidente, nal, pois a Academia Brasileira vem Barão de Guajará, referindo dez~– de 1896; a Aoademia Paraense de nas de nomes ilustres, hoje imorta- 1900, seguindo-se-lhe a Academia I lizados na história da literatura P ernambucana, que foi fundada em paraense. 1901, as três mais antigas agremia- Foi ouvido, a seguir, na rec1tação ções de letras, em funcionam.ento empolgante de um poema, denomi– no Brasil. n ado "Pre~to de luz e de saudade'', Compareceram ao templo católi- escrito especiahnente para aquêlP. co da travessa Caldeu·a castelo instante, o académico Rodrigues Branco, n ome histórico, que lem- Pinagé, que recebeu cumprimentos bra o fundador da Capitania do do selecionado número de pessôas Pará, vindo de Pernambuco, os q_ue se encontravam naquêle sitio acadêmicos srs. Acilino de Leão, do cemitério da cidade. Paulo Eleutério, senior, Remigio A bela noesia de Pinagé foi dis– Ferll!a.Ildez, Orlando Lima, J. M. tribuida ein avul.5os ,e referia-se ao Hesketh Condurú, De campos Ri- seu patrono, Terêncio Pôrto, en– beiro, Luiz Teixeira Gomes, wen- quanto t ornava a homenagem da ceslau Costa, Bruno de M>enezes e Academia extensiva a todos os seus J. Rodrigues Pinagé e todos, ao mortos queridos: finalisar a cerimônia religiosa, di– rigira.m-se à E aqui está, num comovente exor– [dio, no silênc:o polar do teu precordio, a homenagem da Luz! Se mereceste um pedestal na His– NECROPOLE DE SANTA TZA– BEL - Nêsse local. sagrado enr.on – travam-se varias <,utras pessoas, inclusive o engenheiro F'rliciano Seixas, filho do saudoso acadêmico pagaste-o bem; és hoje Misael Corrêa Seixas, em tôrno de cujo tumulo se reuniu extraordiná- pedestal de uma. cruz! [tória, esta me• [moria: r iamente a Academi:1 Paraense de Letras. Explicou o presidente, Eleutério Senior, que o encuntro s1gnificava uma homenagem à memória dos acadêmicos extintos durante mc;o século e cujos laureados nomes vi– nham desde 1900 até 05 dias con– temporâneos. A seguir, destacou-se dentre os presentes a distinta poetisa d. El– mira Lima, que, em seu apostolado espiritualista, produziu comovente oração de culto aos desaparecidos da vida objetiva, concluindo por declamar dois impressivos sonetos sôbre a morte e a vida eterna.

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