Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).
.. REYISTA BRAGANTINA ~ G00 .G00 G00~ -.o.t---- ----------- -.o.t---------------~~-~ ;:\ "' ,i .. º I v~~§)Q)~===Mog·~RN©SS tia í@f =N0CTU·.RN0 .. 1 (J9 A minha rua; hoje, adormeceu primeiro que eu. Por uma fresta dà janella, eu la.-zço um olhar somnambulo á minha rua toda despovoada e ennevoada corno u:n sonho de ébrio; e vejo, lá na esquina, aquelle lampeãq distendendo o braço concavo pra frente com uma tampada na mão . .. A minha rua, hoje, adormeceu primeiro que eu. · Extranhas vozes roucas, ríspidas passadas férem a ü1sensibilidade das calçadas · da minha rua. No telhado symetrico .da casa do visinho um gato elegante, trajando «smoking» conta a uma gatinha interessante h 'storias engraçadas ... . De repente, um coµjunc to philarmonico de sapos, numa desharmonia jazzbandica,. ·' - julgando estar a lua cfíorando qualquer magua - enche com os seus minuetos quasi funebres os repletos salões das poças dagua Ouve-se o rangir de rodas rodopiando pelo dsphaltô . São os carros da Limpeza · · •, que vão levando, ·no ventre, satisfeitas, todas as coisas pôdres da cidade, todas as immundicies dos quintaes . . . Passam ... Retorna á mansidão, a noite tisnada todinha de preto .,. . O silencio se esf0 z em suaves cicios . . . E eu -arrisco o ultimo olhar á minha rua comprida como uma estrada de rodagem . . : · · · ( E sob a luz enferma do lampeão que está. na esquina, quàsi para cahir de somno) eu deixo-a dormir e sonhar com coisas magnificas que ellà jámais possuirá em:suas mãos I. . . · _ A MINHA RUA, QUANDO :DORME, PARECE UM TUNEL SINISTRO POR ONDE UM TREM VAE PASSAR ••• y M- A V A. R
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