Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).

REVISTA BR AGANTlNA==-=-~~ Cómo é bom recordar. Có;no é suave trazer ao pensamento as nos– . sas atividades passadas, principalmr:mte quan– ·dçi, ela;::; decorreram de um acendrado a:môr cí– vico; filial e ao próximo. Todos nós temos ,a nossa época. Todos nós · passamos pela vida pelos mesmos períodos. To– dos nós temos, de modo geral, oD mesmos pe-nsa– mentos. . As atividades associativas com espírito so– cial ou recreativo :são, puramente da mocidade; e 1;1 mocidade bragantina de· 1920 a 1930, anim:1- da dêsse -espírito e cheia de um acendrado amor cívico, filial e ao próximo, soube realizar os f'.eus ·. sonhos, transformando-os em realidade. Soube congregar, porque soube reunir e somar os es– forços de cada um, objetivando as suas idéias e os seus: pensamentos, dentro de uma associacão de classe que foi o Centro Social Estudantinô'. Dizer das atividades dêsse Centro é fazer a · . história social de Bragança 1entre 1928 a 1931; é fazer a biografia de cada um dos componentes dêsse grupo de moços, o que seria realizar um trabalho fóra da cogitação do prei:ente artigo. Queremos, agora, apenas recordar essas ati– tjdades fazendo-as passar em nossa mente, como num caleidoscó.pio, e mostrar aqui com as côres do nosso pemiamento ·e da nossa saudade o panorama social daquela época. Em prim·:.fro lugar vamos citar os princi– pais .personagens constitutivos dêsse grupo, des– culpimdo-nos desde logo por não ser po~1sível mencioná-los todos. ' ~ Oswaldo Newton Pacheco, Antônio e Sim– pliciano Medeiros, Armando e Bolívar Bordalo da Silva, Pedro Hélio de Melo, José e Pedro No– nato Schwartz, Lauro Cunha, Benjamin Batista Rodrigues, Orlando Henriques de Araújo, Flá– vio e Francelina Lobato, Joaquim Lobão da Sil– veira, Raimundo Pinheiro, Moacir e· Zeno Fer– reir-a, Eimar Tavares, Jnsé e Vlaldi,::mar Cardoso. João Bragança, Antônio e Américo Oliveira __:, De Castro e Sousa, o poeta, mas principalmente o pianü:.ta - e, entestando essa mocidade, Zito Cesar o consagrado beletrista que tem tido o se– grêdo ela juventude perene para, acompanhar os moços nos ensaios sociais e culturais de Bra– gança. Entre as moças não menos era o entusiasmo, e com alegria acompanhavam os folguedos, ora . €·mprestando ao grupo a alegria do sorriso ou da palavra, ora a meiguice, ora o donáire próprios do sexo : Bení Ramos de Sousa, Dulce e Heloisa Ferreira, Marisota Medeiros, Inês e Laura Men– des, Almira Bordalo da Silva, Z•enaide Miranda, Maria Schwartz, Anita e María Oliveira, Laura e Oneide Medeiros, Bebé Ribeiro, Aústria Tor– res, Ida Sárubi, Corina e Sabazinha Fonseca, Dorotéa Pinheiro, Inês e Rosália Sério, Enedina, Dedé e Cecí Queiroz, Sílvia Oliveira, Julvanê– ta Sardinha, .Marita Sousa, Guida Morais, e tan– tas outras, que longo seria enumerar. Dêsse punhado de jovens1 sairam os compo– nentes do Centro Social Estudantino - estudan– tes que cursavam os estabeh,-cimentos de ensino, secundários, normais e superiores de Belém e outras capitais. Sua finalidade era congregar a .sociedade bragantina, ,2stimulando o sentimento cívico em festas e comemorações ligadas a nossa hiE:tória; aprimorando os bons hábitos e um rn~lhor con– vívio social em reuniões íntimas ou solenes, onde rapaz:c.,s e moças se aproximavam em cordial ami– zad,2 e em fraternal entendimento. O Centro Social Estudantino foi uma socie– dade cuja atividade estava reservada somente a Bragança e durante as férias .de julho e de de-– z,c·mbro a fevereiro. <I' Todos os domingos havia reuniões sociais'. O local de en<:ontro era a praça da Matriz, l depois da missa das 8. Dalí rumava a mocidaçle l para a casa do Cel. Pacheco, pata casa do Cel. 1 Nazeazeno, Juvenal Oliveira, Sebastião José da fj Silva, Simpliciano, Medeiros• e outras, previa– i,J mente escolhidas para a festa. Essas reuniões eram feitas de preferência f/ nas casas onde havia piano, ·e o De Castro e Sou- 1 sa figurava sempre como musicista e "conteur", [ impressionando vivamente o seu. temperamento i .., artístico. ! Danças, recitativos,. canto., música. ' E todos contribuíam pára a realização dés-, sas reuniões. De um: eram os dôces, d,8 outros, refrescos, gm:.ranás, dádivas e· ofertas necessárias ao bom êxito das tertúlias. Do pequeno. esforço, e da colaboração de to– dos se fazia a festa, s•cm malícia nem maldades. Não havia qualquer coib'çft0; elas eram di– rigidas pelos rígidos princípios de uma sadía moralidade e os sólidos laços de amizade entre . as fa1nílias~ Pa;;;sam os anos. E o tempo, inflexível na sua , marcha, tudo transformou. Nota-se entretanto que o Centro Social Es– tudantino não de~.apareceu; ficou em vida la– tente, na lembrança do3 seus organizadores, no pensa1nentó da mocidade, da mocidade de hoje, que, animada pelas mesmas idéias, levanta o (Continua no pagino 13) Bragantino$ ! segue-nos na campanha da 1alorização das nussas terras e da nossa produção , 8

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