Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).
-~-~~-~~-~ Rli'VlSTA. BRAGANTINA ~ .Mllllllll.)""';:11:11:lllltlllllllllllllll!tf1■i;■ITIIIIJll!lllll!!IM'll!lllllllllllllllllllllllllllll!l!lll!IUl1ill1ltlllll1IIIIIIIIIIIIIIIIIU■flll«dlllllll1"f')1ft,l■\:ltte ( Especial p.ua a REVISTA BRAGANTINA) A "Folha do Norte"' de do– mingo, 28 de De1,embro do arn10 •1ue expiroa, trouxe-no~ ?.. infausta noticia do suicídio, 110 Rio de ,h– neirq, do grande poeta sergipano Hermes Fontes . Se ainda houvesse nymnha~ na casca das a-rvores, nas folh,i~en~ fios arbustos, e O!ls 11g11as dos nos- 10s rios,·-tod11s ellas estariam ·a 11sta ·hora laruentanào o luctuoso :aconteciinento. Embora não perl.ences$e á Aca– demia Brasileira de Lettras, t'ra ainda--quer queiram, 4uer não, o-s cabo.tiuos e os zo-ilos- -o .naior dos poetas vivos e o maior semeael,l ,. ,te belleza que pisou as cacioco.., terras. opulento de imaginação, 1rnrprehene1ente de inspiração. Pelo vigor das •ieléas, por certa indtlpendencia ela forma e pelo ca– lor das fantaRias e syOJbolismos. fazia-nos evocar as lendarias Tigu– ratf de Victor Hngo e Guerra Jun– queiro, que pareciaw ser o~ seus mais irurneeliatos anteceiisôres . . Sentia-se amplo folego no seu -estr'o, vigor e ale11to, proprius da tuba sonorosa de que falava Ca– mões. Para se aquil:itar o sen valor mental, aqui transcrevo o que, em 1908, disse Olavo Bitac, sobre o seu primeiro livro de versos, inti– tulado Apotheoses : · -- "Cada poeta -- verdadeiro poét&--que apparece na terra é um Ao bello espil-ito de Joa71tim Lopes Teixeira rP.bento,:.iovo ria velha arvore 1a– g;ada clú I leal. O acontecimento pas~:l. .desper– cebi,lo.-- porque nlto estamos no ,l,lce tempo fabulo~o düs milagres, em que o~ den,es an,lava,u pela\ terra coafundi ,los Cü1:1 os h 1uiens: nesse te ,11 ,)(), toel"s as voze1 da na• turez,:ii se uniaru etn côr-() - p -,ra 1tn– nn1wiar e cetebt·.u o nat:1I ,lo novo t~11gedor da lyra, e havia fest ., rps b .,sqLrns, nas ,g,ns e no cé:, ; foi assim qne nucen Orphea, enlüu– q,1~cen lo de ferv •.Jl' am ,Hoso todas as gentes e to rtas •n cc>i~a,;. · H ,je, os p.1et)1s 1nscem c ,1!IF1 o com<1n1 ,u ,los lumeos,--soffron Io e fazea lo soffrer, e ,,be :ecen lo t ,;p ás eicig,rnc1as ,h 11ni,11alida le, pe– d indo ar e alirn 9nto; sem caustr ab,lo aos ho11Hns, a ,s outro8 ani – nrnes. ~~ arvores e á~ eHre lL1,. J'i a terra só percebe a cxistenciá el'~l– le,;, q11:111el,J co,rieçam a pü.blicar o~ sens prillleiros vers is,- ··a publi– c:tl-os ern eJicçõ~; mai~ ou menos bo11it1s, c ,mo I-forme., Fontes. em vez de cantal-.os, co;n,1 os a6Jos ant,igos , ás napéas, á.i elryaelas e ás náia:ies. O 1:vro do gran le poet'!I. ser– gip:rno justitiM o titulo que traz. W uwa vasta série de apotheoses, --da luz, cta uoite, da vida, da mo rte: do céo, do inferno, uo som, da côr, elas azas,--e do amor. O awo r é a apotheoH~ supre- tn"-,--a qne corôa e n;mata o fut– f•nt1 edificio : --O A.ntl)I', o prot,,plasma eílpi- ( ritual d,1 Ti ida !" * * * Poeta amoroso, có mo todo;j os da nossa raça, elle, que, em oba• eliencia á~ orJena11ç 1s, nlo ponde •mtrar no sorteio miliçar, porque era phr;icAme11ta pequeno,--era, entret'lnto, um gigante no amor. A sna inspira:,l\o era polente, e a ~Ui!, sê ,le rte amor era infinita. E o seu lyri~rn ,, ardente como o inferno e Lnrnehso c1ruo o céo. Falan lo ele amor, catechiuva e cowu1ovia . E era tão eloquente e tão exi– ge ,1t<1 qu\tHlo fali\va de 1un,,r, q.1ll" . a "Branca Ttrntis" se o ouvisse sem o v,H", ta ntie .u 111., pergC11lti1d11 , como pergllntou ao formidavel Ada– mastor : " .. .Qiuil s~rá o amor bastante De nympha, que sustente o de um * * * ( gigante 'I " Desgraçado paiz este, em q.ue os genios, ~ como Hermes Foutei;, precisam lançar mão do recurso P.xtrerno, pai-a so vêrern livres da iml.Jeciliuade. que os cerca ! De C:istro e Süuza Bragança, 8-1-193 I. ~~::a-m:{}".Jt::-::.W...::.::.::•::.-::•~::.::..::•::>.:>.:•::-~•::•::•::•::•::.:::-::-::-::.-m:.::•::•:f•::-::-::•::•::--::.::--::-m:.::-:v-+d$-::-t:1t::-: :w.rw ::.:=-~~::.::~.:11 óuraute o resto daquella sema- 1ia; só quem não conhec~sse o genio da Chiquinha; quando es– tava zangada, dava com o te– pyty cheio de massa na cara elos proprios irmã.os . Uma vez, amuou-se e não comeu tres dias; se o Floreucio qui;i;esse falar com ella fosse na "Gasa do for– no" que a encontraria relando mandioca, porem a tfo Biata não se responsabilisaria pelas orelhas delle. · Grandemente arrependido, promettendo a totlos os nntos ,... nunca mais fazer outra, o Flo– rencio despedio-R~, tristonho e quase choroso e até, hoje ainda não conseguio falar com a Ch1- q uinha de seu coração-.. * * * Pela festa de S. Benedicto, aqui na cidade, os tres encon– traram-se, isto é, o J1'lorencio, o Jovelino e o z~zinho e dadas a1:1 explicações necessarias Quan– to ao remedio ficou provado que a assafetfda ingerida em grande quantillade fazia dormir um ca- vallo durante um dia e uma noi– te !. .. E o Zezinho, que sempre t.eve bom coração, promett.eu ao l!'lot·eucio que antes do l!arna– val fazia as paLes entre elle e a Uhiqninha More11~0, que até hoje, ainda está. clmp· ctndo um11 barata.. . ! Bencipti
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