Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).
-~--- ~ ...._,~~...............-~ RE'VJSTA BRAGANTINA ~ f e n'3 i •~ i rt as -¾l··..:.:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::· ~ +t! 1 N I~----- E~ I_.., I Z A 1'!f O R i++- -~~~~~~- Claudio. hlho de nma nobrr h– n1ilin. , a11121vn i'\paix.JnadnH·<H1t.e a weig11 e li11r'a Lêa 4ue. ~c1,do 11,ui– to pob1e, eia mai vista !'elos paes <lo joYeu . :\·l01ava Léa com a sua velha 11,ãe 4ue u,uito a ador:iv.1. A' noite. Ao luar. Clau- dio e Léa passeanrn1 ju11tinho5 pelo peqneniuo ja1 d iw ~e111ia111- se tã11 felizes ! As ~uas pa– J:i,ras rezada.; em 8e.g e o, num cicio affecLnuso , erau1 juras su– leml'es t.le u111 a1Uor eterno . . . E assiu1 passava1n-se os dias. ;\las. em uu,a be1ia ta1de, estando Léa t-u1 seu quarto. sen– tada a coslurar, viu chegar. ines-· peradamente, o '"<'li querido L'lau – ctio. Mui satisfeita corre para recebei-o , porem . tc11cu1,trnn,io-o triste, pergu11tt1-lhe a cansa dtl sua tristesa.--8i111, respondeu– lhe Claudio. o 4ue te tenho a ·dizer é dolo1080 . )tens pa,s. ordenaram -u,e que panisse hoje 1-arn lo11g" d'aqui, e não q11c– reu1 que ma11tenhamus cprres – µonde11cia. O unico p1oposno de n1eu~ paes. é fazer - nos t,ô411e– cer GID t\U ( U ~l'L', A infeliz juveu nm1hu111a pal:wra 1,ro11u11ci"u ; <;s solui;cs e111bargarn111 -lhe a 1·oz . Cl11uctio l o to ,'11do a carinho– samente 1'111 .;tus hraçus dis s e- 1 he , o ultirno a leus, talve , e sahiu apres~ado para 11ãu a1. gme11tar a dôr que o dom111é\vct.,. E a infeliz Léa. ao I" so de tauta aftli\·ão , de d~swaiada. * * * Passa-~e um n11110 sem (]tte Lé:1 trnha notic hR de seu querido; vi_ via so.nente rccorda11ct o o passado . Todas as tardes . ia ~entar-~'! e111 um recanto &omb1ead..1 d~ Lellas ar– vore~. cnjo sile11cio era qnebrn'1o de quaudo em quanrlo JW'o alegre canto do sah:á; eia nesse 1,,gar so – Jirnrio qne a infeliz Lé~ e;1lrega– Y~ •se a 111u profundo scis111ar. Ne1u eis carinhc,s de sua bo11d(HH\ wãe, ne111 as phrnscs c,111,ola ·loras de su:.1s amigninbas , conseguiam tirar ci:1qnelle st111blante de virgem a prn– fu 11d:1 uisiesa que a ,·nvolvia . E a~siw ia t.ldi u h~udo cala vez (CON'l'OJ mais a pobre Lé:i, até çue adoeceu gravetnente. J<'ôra d1amaclo um mectico vi– sinho para vel-a; porem, o PHa ln da i11fet:z er• tãa grave! 'f.,Rsia t•nt.n ft l)Obrm,inh.i. Estava tub~r– culos~. .<.u<1u Pueir", a gentil "garota" ri– ·•·onha e faceira posando purn a nossa ohcliva. ~~--- ~ A bôa rn:ie, cheia <lfl clô ·, pro– cura, nu e 1ta11tn, lr,1zer i, li!h.l iJo– lHrMla um pouco de co11forto .- sa– tisfação. Mas, de que lhe servia a vida e"t"n,10 para ,empre longe <le 8eu priweiro a111or ? No ,lelirio da fobre , Léa repetia somente o no111e de Clau,lio qne lhe vinh ,1 á ttôr dos tabios como se fôra u,u,1 pr ece. ncsejava vel-o mais uma vez. E a bôa mãe sabendo que Léa 11ão resistiria por wuito tempo ao t errível t11al. escreve aos orgullnsos paes de Clan,iio iwplora11do-ihes que conscntio.,ew no ultimo desejo ,le sua 1:ilhinha queri ,ia. Passara111-se os dias e C'laudio não chegava. No ·1u~rto da doente reinava prr,fu11Jc silnncio qui, era perturba– do pela tosse secc1. q1,e a suffocava e pelas suas constantes perguntas: Quando virá Claudio ? A pobre mãe, cobrindo dA arrleut,!S beijos o rosto erumagra– cido de sua filha, ac~l111ava-a e pedia-lhe ,1ue esperasse; elle havia <leYir . Léa rlonuira mal aquel la noite e. fraqui.,si111a como es – tava , ma11tiuhn 1,s olho, cer– rados como se dor111isse . De Sll– bito. abre-se a porta clu quart" . Entrii. u111 joven, 4ue, vendo o silencio que alli reinava e o es– ta.lo da 111oribu11,la, julgando-a morta , arre111essa -se para o lei– tn. cingindo aquelle corpo que era q11asi ca •aver:--Léa, minha idolatrada Lé:t, a•uo te como semprE . Fi'.trnm as pa!avras de C1a11<l10 ; e a pnbresi11ha, ao re– conhecer a voz de seu ama<lo, diz-lhe mui te, fracamente : Ctan– clio . .. en bem sabia que não me deixarias ruorrer. .. sem uma pa – ,avra tnn. Estas palavras eram inter– rompidas de quando ew vez pela horrível tosrn . Clau<lio, ajoelhando, torna em suas 11,ios a linda cabeça de Lóa " cobre-a de beijos, em – quanto Léa acariciava com sua descarnada mão o rosto de set1 arna40. De subito, 11u:, fone ac- C ' SSO de tosse, a,:ompanha,lo de uma golfaria de sangue, faz assns– tir ClauJio que, julgando-a perdi– da para sempre, aperta-a de encon - tro ao cu ração como se q .1izesse escondei-a rla morte . --Não, minha Lfa, não ,,nero que morra~, agora, ruais do que nunca ! Deves viver pii.ra o meu aruor; jamais nos separaremos ! --Sim, pnra sermos, eterna- mente, felizt:~ ... mas .. . é muito tarde ... A voz de Lêa enfraquecera mui– t o. Outro acc~sso de tosse e a mo– ribunda, est remeceudo, olha para (Continúu 11<1 pag. 12)
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