Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).

Asmulhéres, sempr.e as mulheres!... .:.:::.::~.·.·.:~.tj:.ªt~:·oo···P:1·N·T··o·R········ 1 ~~ .., O palacete X f!Miava em fo:,tn e dei1<a– va el!capar pel.tl '.' ja.twllas jor.-011 Je lu1. que .: illumiuavam o jardim. No iseu interior tudc. era alegria; tudo · .tira graça; tudo era l!Orri.,;,). Os parei; de:;lisavam :-!OI ridente:s e di – tosoi; . A nm canto de ôutrn :;a la, rrn. oirec– çào opp.o::; ta do 1Sajãu de dan:- :' , emq ua uto ;io "jazz" e::;-capavam notas que enchiam toda aquella ca1Sade alegria, u111 jovem pin– t or, :,entado em um "divan~" com a c:dH•· ,;a entre ai1 mãos e os cotc,v~llo:-1 apoiado~, xobre os joelhos, pen11a va. Porque e::;:;e j ov1:1m arti:-ata f'I, td va tão tri:ste no meio de tanta al egria? Era porque elle .-,offria ... Sim, soffr ia porque de sua imaginação não ::;ahia a fi– gura gracio:.a de uwa mulhe1 que elle vira _pela primeira vez. Es:sa• mulher--d e càhc;llo~ negros e ondulantel'! emoldurlln:lo um mimoso. rc-sto moreno; olhos negro"' e bri:b rnte:s; nariz aquilino; bôcca pequenina bem ro:sada-- ~ra toda graça e bellesa. ,..... Depoi:s de pouco te:npo, o arti,-ta le– vantou-se rapido e, dando alguni; paMüs para o salão de dansa, fitou-a com um olhar que :só aqúelle~ que amam t>abem revelar. A jovem hmbem o tinha fitado com aquel– le:s olho:s negi·o:s e brilhante:s. ) Seguiram-se olhare1:1 . Depoil'! juras... E "d. " t no me:-nno 1van~ em que m0men o:s an- tes 11offri<'l , agora era. feliz. Apó~ il:!sC', Ol'I doil'I namorados se im– pararam. E o pintor, alegre e feliz, ao p_ercor– . rer o l:!alão a 'procura de um par para uma ,. c::intradun-rn encontra uma énülher m.i.i:s lin- · ,h :tiuda que a pt imeira qu e o faz parar de::;lumbraào de tanta bellei,a. E bal'ltou. l'ill- • rnentt-, um sorri110 i-;en para que o , j o- " d " b v1:1m per e:s::<e a ca eça e :se e~quccesse · <lc, primeiro amot . Ma.-,, como o pintor runa. a Bdlesa,con– q ni,-t ou agora nov1..1 prototypo de mulher 11:-1. in ::-. aciavel imag inação anluute de seu tem– peramento de art.i,.t,a. · O pintor ;-;e1,t:a•se o mai::; f elir, dos- hornen:,;. Ma~. a jovem nidosa de sua belle1-·a não taniou a encontrar algoem que lhe di– rig,isse galanteio,:;, e e::,qlleCPU o pobre ho– mem du pincel. , E prla porta larga do jardim desapa • recia nrn vulto de cabeça. pendida sobre o 1wito, and:rnd 0 , lentamente~ á caminho do * * * Acabou•:;e a festa, emfim ! O pa1acete em breve ficou em :silencio. Ois -pa.:s:,aal'Ol'i cantavam annun~iando o amanhecer, e a brisa. balouç~indo a cop;. ra– malhuda da.l'i arvoret> fa'.zia cahir gotta~ cry~- talJi11a~ de orvalho. · Garotol'i da rua apregoavam . os jo1·– nael'i diaric.1S da cidaJe. Echoou· por toda a parte a noticia do snicidio ào pintor; e em• quanto uma j0vem chorava carpindo asau: daàe cie .seu amor, outra ria-l'ie, triumphal– ment<', revendo maiti uma victoria de ~ua bellesa. Pobre pintor . . ,

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