Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).

~--..; REVISTA BRAGA!vl!NA -~- E, fitanJo o commcndador de cima pnra baix0, com um leve sorriso de ironia n,s. labios grossos: -:;ias, para que «seu> (Ulo11tô»? O «doutô» uàn vê que eu cluw1á rim guarda é perigoso? Nào vê?! Elle curvou a cabeca para baixo e observou• S'l. .. Sob a luz bnça do s,,litario lampeão da esquina estava um l1 ornem ,;cmi-11ú. O commen dadôr se esqnet:era de vcsti1· a calça do pyjama 1 Georgette passava por nós . Alves Frant:o n ,lveu– se e foi acompanhando- cPrn o rnu olhar de som– nambulo até vel-a surn ir- s(I na ill clina clío s1tbterrn- nea da escada ria. . • ' - Que for mas r,doraveis as daq trnl!a franc0,7,i11ba ! Parece te r no ollur a suavid Hle d:i, ngnas trnn– quillas e, no corpo, essa embriaguez delic·iusa qttc debilita as forças e en torpece os seu tidos. E, encara ndo-me com olhar de affrnnta: -Apparcntemente , aqu illo é as3im como ~11na c,1i – xinha minusc ula, avelluda da, inten,ss:rnte, que at– trahe com a sua ndmiravcl eonsen:a<_:ii,,, externa e 011de a gent e pensa estar ncculta nma j11iil fai~can-'" te, de rarissin10 v;,lor . . . Vae ab1·il-a ! Vac de;;v0n– dal-a ! Vae rnloriznl-a, tú ! V,ie ! Alves Franco rithr .- Rit, fora de si. Ria -se corno um ébrio, euthusiasnrnd11 , rcclinaudo o corpo para traz . :J; * * Iamos ngora, eu e o Alves Franco, avenida ílfó– ra, ebrios de rnmno e de cansaç(•. F'rnnc o, braço apoiado sobre o meu h ornbn°, olhar jogado para o chão, ehapéo cahido para tr.1z, gesticubva á esmo' dirigia palavras irnperccptiYeis ao imaginario ... Alguns ·autos l'assavtim, velozmente, pela aveni– dn, sang·nmdo o cnr,içlto do silencio com o fonfonat· importuno de Sll'IS bu,i11ns estridentes. Lá muito acinrn, 110 principi ·, da nrn, o silvo prdong·,1do e agudo d,) apito do guarda vigillante, pedia a attençi1n dos companheiros. Pelo lado contrnri1, ao nosso, de quando em qtun– do, passava um bohemio desbrngado, clamando ob– senidades, gargnlhando forte, e a 0onduzir enlaça– da peLt cintura, n pl'ezci adquirida naquella noite ... N eblin,i. Frio. Las :idão .. . Corpos expostos á frial– dade e ao abandono, repou;irnd;1 sobre o duro ma– deirn dos bancos dn jardim. Gente pobre. Gente nnltrapilha. Gente sem lar. Cá cm baixo, o peregrinai· doloroso cios .büheinios de raça e dos desgraçados sem tccto. Lá em cima, as nltim,ts e,trellas fnzendo o ultimo giro de sua ronda lumin ,st1 ••• _:_E aquellf1s dois vultos que, á nossa passagem , sP11arnr,un-se desconfiado,, rapidamente, comó se es– tivPs,em a enmmettrr algum delicto grave? Namo.. rndos'? Talvez . D1wassos, certamente. Mas, deviam , sn senti1· f~Lze s. Felizes e ao completo desinteresse de nó-; outros .. E lá íamos nós, cu e o Alve;; Franc0, esquecidos e nós mesmos, cambaleantes, somnolentos, avenida 1 afórn, a observar os primeiros movimentos dx cida– de mal desperta. E, comnoseo, acompauhanda-nos de manso, de man:;inho, a lembrança <ln, tudo. A'quella noite ... e · A R L O S (j ':J (j (j (} (} Bele/11 - Dezellll>ro •- 1929 ()t)K)()fjf) '-'V I L S ·O N . ~ Moreira, Go~es wi C-. ª-1 BâNQUEIROS 1 ~~0~1~)-e~r-a~ç-õ_e_s~B~a-n~co-1-1~-ia~s~~~~~ Canibiaés Ordens Teleg1·aphicas ltloe<las Depositos eni C/Co,~rentes Ca1~tas de C1'"edito Condições Modicas l i Rua 15 de Novembro, 42 ' TEI.lEPf-l0f'! l.ES : - -700... 128 0 BELEM O -~s<> - - PARA' ... --.;,;,:-- BR~~

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