Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).

-- REVISTA .BRAGANT!NA -_ Olhos sem vida, olhos sem luz, pnrados dentro dns orb it::is escurns. -. . Cégo .: -Sentes o anseio dos descsper::i1~çaclos porque o mundo é um vacuo, é cáos, é ' ! pego . ViJo-se-te na alm:1 triste, igno rad os des_ej os ... (Ant e os nrnles. que carrego, serw o mais feliz dos lt esgrnçad os, se n m e u instincto de homem fosse cégo ! ) N:1 calma de h o rizontes apagados, na agonia de crepuscu los incertos, sentes ma ior o teu pesar profundo .. . Que fiqués sempre nssim de olhos fechados . -Pobre de mim que vou, de olhos abertos) contemplando as 111iseri,1s deste mundo! Eis -11111 de novo escrevellllo ijara Revista· Drnganlirrn. lloj e (? o dcscio supremo de sPr ag rada\-el aos seus illustrcs rlirecl orPS qt te rne anínrn a pe– gar na peuna, dl'sdobrar lrPs tinis de papel a lmasso r' rabis – car <•sta s palavras siogellas. · 1'[as, 110ste mundo, é preciso .ter audacia parn venct'r, e, por isso, não li ve d ó vida, não hesitei r•m expôi· ao ridiculo os rnens pouquíssimos conheci– mentos pra licos na vida dt~ im– prensa, l'Screvendo um pouco. Si rva, pois, de U%Llmpto para estes rabisl'.os a vontude que eu ti,,e, qua-ndo áeançà, lk ;;cr poéta um dia. Corno nasci na terra de Gon çalves Dias julg uei haver HAMILTON TORRES trazi do o riam que tan[o dis– tinguia Vespasiano Hamos c-ntr e os dema is morlaes, irn– morlal es anda o seu nome na rnernol'Ía de ,1uan tos conlH!Ce– rurn a sim figura zin ba e leram os vt•rsos d~". sua i:ispiraçüo' marovilhosa':--' ÜPsdc p; q :i no comece i a fazer YPrsos com a p rcnccu pa– ção phantnsi sta de ser poéla . lnfdizmente, porém, nüo . rne fqi dado progredir, moli vo que me obrigon muito cê<lo a abandonar ddinitivarnente a prett."nção, de ixando a M11sa e.111 mL•io da jornada . Agora , com a no va «escola», a_escola futu ri sta,· chcgou,mr. o arrependimento, e, o rfosejo de ser poéla invadi11-me. furio– sam~te a alma falida. de ins– piração e de conf1rcirnentos Hterarios. Hoje, não ha rima, nüo exis te cad(•n cia para os versos, não 1wcrssitamos de regra para a poc'sia. Existe, apenas) uma cousa-a liberdade! liberdade de pensa1nento, liberdade de ac<;ào; emfirn, lib erdade para tLJdo '. ... as s im ... Li, h a poucos dias, urna poe– sia que começa'°ª desta forma: A branca areia o 111ar beijava e o navio ia encostando desari•orado , Seilt .i•ela, sem leille, · selll tripulaç110 ! ... ...Ú~t-~~~<l·~-. t~~-[~;·i~-~i. -~ .. i~ü~~:~ dos versos futuristas tive de– sejos de ser poéla para escre– ver, nesta hora, um po2ma de _felicitações aos dignos d ire– . ctores e redactores da Revista Bragantina. Agor(\ é tarde. . . a Musa fi– cou tàó distante. CYRIACO OLlVElRA

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