Revista Bragantina - 1930 (n.3), 1931 (n.4-5), 1950 (n.6).
REVISTA BRAGA,NTINA r ,---. ...----- ~ Saudades de Bra~aQça ~· Manhã de Agosto fria e de saudáde, Armando Bolivar Schwartz Armando Em que nos vem teu nome ao pensamento; Manlúi tristonha , mas, na realidade, Bolivar Schwartz Armando Bolivar Schwartz Armando Bolivar Schwartz Armando Bolivar Cheia de vida e cheia de tormento. No insondauel abysmo da anciedade, So luça o coraçâo em vâo lnmento, Incendido de amor da mocidade, Na atroz desillus{io de seu intento. Pouca alegria resta, mas no entanto, O teu nome nos fica na lembrança, Sentindo o teu amor na voz do pranto . Desta quadra ditosa que se avança, Ouviremos mais tarde o doce canto, De sonhos, de illusões e de esperança. ARMANDO BORDALLO DA SILVA. l , JOSÉ :N°ONNATO SCHWARTZ. BOLIVAR BORDALLO DA SILVA. Em viagem de regresso a Belem, no trem da E. F. B. no dia 1 ÚE· 1 lAgosto de 19~_9·___, ___ ,...___ ____ j nião, na taba. Os chefes, presididos pelo tuchaua, del-iberaram, unanimen – te, que Ary recebesse por esposa, na– qnella mesma noite, a sua eleita. Os guerreiros cCaetés» não podendo tomar uma desforra · das ameacas do «Chefe branco» que era mais fÓrte em numero de combatentes e apetrechos bellicos, brandiram os seus «tacapes» , quebraram as suas .:flechas» em sianal de protesto e indignação . 0 «Camutá», pela primeira vez, sentiu a dôr profunda da deslealdade do «che– fe cariuna» e, muito embora de coracão opprimido, approvou a resolução to~a– da pela sua gente de, após o casamento de Ary abandonarem todos a t.;ba onde nasceram . O pagé .ela tribu «Caeté» reaiisou o cerimonial indígena, Após terem todos os guerreiros. e chefes circundado, tres vezes, á fogueira lend.,ria, em signal de despedida e outras tantas vezes, solvido da «gaçaba» o «cauin» fortíssimo, em regosijo aos esponsaes de seu futuro chefe, já guasi madrugada, em dezenas de «igarités», seguiram todos para as margens do «Cury», abandom:ndo, desse modo a. «Aldeia», onde, até en– tão, viveram . * * * Quando' no dia seguinte Alvaro de :,ousa veio cumprir as amraças que füéra á tribu «Caeté» viu, com grande espanto seu, deserta a «Aldeia». Sentiu a honradez, altivez e dignidade dos filhos de nossa terra; teve remor– sos de haver sido tão violento e mais grosse1'-o que os nativos. E, saudoso dos meigos olhos da apai– xonada índia, na certeza de nunca mais , vêl-a, ordenou então, num preito de saudade, que sua gente mudasse suas tendas para a taba abandonada porque, dalli, não mais sahiria. Com uma devoção, Alvaro de Sou– sa, todos os dias, se dirigia ao pé da mangueira onde ouvindo o canto do «bem-te-vi», declarara o seu im– menso amor á formosa Cy. * * * Devido a esse grande amor do «guer– reiro branco», amor não :orrespondido pela india é que Bragança edificou-se na margem onde outróra <existira a taba dos .:Caetés», e o antigo lugar da resi– dencia do «chefe branco» começou a chamar-se «Villa Cuéra» nome que traduzido do «guarany> para o portu– guez significa-cidade que foi». · BENCEPER
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