REVISTA ACADÊMICA. Belém: UFPA, 1920. 57 p.

O v~rbo poder é. ~em ouvida, o mais deturpado ,em sua conjugaçã(J. As~im é que além do ·f:'rro a que acabo de fazer referencia, dle tem tres tempos que, em geral. são conjug-: dos erradamente.- Eu quero me r::'.f~rir ao m;:iis que per f, ito do indicativo e ao imperfei~o e futuro do e< njL 1 nctivo. Podéra, podésse e pod/r nós vemos amt udo na escripta quotidiana de nns~as letlras. Destes tres ternpüs, porém, ::iquelle, em que o erro está mais f,·,rte.rnent~ enraizado, é o imperfeito do con.~uncti\·o. Pu, -:éra e pudér são forma~ en_con– tracas, ain<la que raramente, mas pudesse rarissimas vezes se nos depara. O problen .a, co11tud0, é facil e capaz de sPr re– solvido po r qualquer calouro de Gymnasio. Todo mundo sabe, e isto até constitue velharia em grnm· matica, que esses tres tempos formam-se do radi~ cal pud, do preterito perfeito do modo indicativo~ com a des;nencia de cada um dos tempos. Temos, pois, pt,id-era, pud-esse e pud-ét.O caso é simples, ma$, uu por di-:·scuido. ou por qua]quer outro motivo, o que não offerece contestéíção é que, a cada passo, topamos com taes dislates. Agora . 11 esmo, em que escrevemo1:,, estamos vendo o emerito juri~w. dr. Carvalho de Mendonça, no seu Direito C-ommerciéil~ pag. 48, not. 4, e~cre ver: «.. . quando o marido, por impossibilid-1.de physica (mPnur) ou moral 1 não a podesse cr:-nferir». Tudo isto, poré;11 ficará attenuado se notarmos que o illustrc grammatii:'o patricio d,. João Ribeiro, conjug1 : podéra, podésse e podér (Grammatica POT– tugueza, 16.ª cdicção, pag. Iro) - Neste ponto, po:-tanto, com a devid:::i venia, não podemos acceitar a lição do estimado p 1 1itologo, e de \·cmos dizer pudera, pudesse e pudér, porque é a.~– §im que e~1sina m todos os mestres da !ing;ua.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0