REVISTA ACADÊMICA. Belém: UFPA, 1920. 57 p.
13 de Maio ~-------!7.) DISCURSO PRONUNCIADO PELA DlSTINCT A QUART ANNIST A DE DIREIT MLLE. OR~1INDA BASTOS, NO THEATRO DA PAZ Exm.º sr. dr. Lauro Sodré, senhoras e senhores: Ha 32 annos que, no dia de hoje, a mifo fidalga e branca de uma princeza f:'lz descer sobre os corpos humílimos e nt:!– gros dos escravos a liberdade, a modo de dadiva generosa. So– bre os corpos, e não sobre as almas, que essas. escuras dentro de um arcabouço mais escuro ainda. duplamente embrutecida, pela jnferioridade congenita e por tres lo11gos seculos de op– pressão, mal podiam comprehPnder a significação dessa gra~'.., iiue os fulminava· quasi, e sulcava de um relam~ago inesperadu. a um tempo magnifico e ameaçador, as suas miseraveis vida: de f,,rçados da civilização. ?orque, atirados subitamente, sem transição alguma qni. o attenua,-se. de fundo t,evoso da escravidão material e mor. J; Pm que f ·1ziam, á~ culmin.<tneias, para elles impos~iveis, dos dj – reHos civis t? p,,liticn~ dP cidadãos livres, dentro de uma patrfo livre. Psta\·,rn1 fatalinente condemnados á ruina e á morte, n que em grn ndP. parte aconteren, ou á permanencia num estaoio inferior da sode<la<le, Je onde bem i:,ouco.s e penosamente' con– , eguiram ou conseguem libertar-se. Afóra a tragedia dos Quilombos, em que reuniram a ·· forras e sacrificaram juntos a vida pelo ideal commum da li – berrlad•'. os uegros jaziam soffredores e desunidos, disperso!S pelas Ícizentlas no interior, ou pelas cidades no littoral; e ü· .
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