Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894
( ' 158 corno Southey e tantos outros escriptores que se occupam deste assumpto. Preferimos a opinião destes como mais auctorisada pela pu– blicitfade da imprensa, que não a tem contes tado. Al em disto, nrw vemos entre os officiaes vindos na expedição capitão algum com semelhante nome. E nem nos serviços da colon ia de Belém, nem no;, combates posteriores com os incligenas e s ubdilos de naciona– lidai.les europeas apparecc uma vez sequer o tai capitão André Pereira. Accresce que a cilada relaçrw não passa <le um manuscriplo archivaclo cm Madrid, talvez ignorado e desp ido de mereci mento lilterario que o possa rc~ommendar. E' poss iYel mesmo que seja apocripho. Varnhagcm menciona-o, mas não garante a s ua authen– tici{bde e crilerio . Em taes condições não cl eYemos acceital-o para alterar dactas geralmente admitliclas sem nenhuma discorclancia. In u lito como se acha esse documento á que allude o historiador · hrazileiro, nM pód~ ser cl evidarnenle apreciado para conhecer- se a sua Yeracidade. E-no·s li cito por isso persistir na opinião cmillicla e con firmada até hoje. (1) Ha ainda urna outra razão para assim pensarmos. No tempo cm que teve lugar a expedição, as crenças religiosas estarnm no seu auge, e manifestavam-se tão arcleilles e exageradas, que iam até ao fanati smo. Os dias sanctificados eram respeitados pelos chri stãos, e ningnem ousava nell es empregar-se em serviço algum ele qualquer natureza que fosse, principalmente se referia-se á na– vegaçíío d.o oceano, quasi sempre considerada corno perigosa e cheia de acciclentes imprevis to:::. Acreditamos, portanto, que os portuguezcs, arrastados por erenças e abusões, não e~l}prehcndc– r iarn a viagem no dia consagrádo af:náscimento dé -Jcsus. E' bom dizer que a antiga bah a de Sapam1'á é actualmcnte d iYi clicla em duas :-urna da cidade e Be1 ém á intitulada ponta do Pinheiro,-outra da ponta elo Pinheiro á do Mosqueiro. A primeira chama- se do Guajará,-a scg\mda ~ e Santo Antonio. Guaja1·á era o nome rle urna arvore que aJ-li havia em abundan cia nas varzeas, sobretudo á beira d'agua. Nao lé rarb ainda hoj e encontrar-se nos suhurbios ela cidade. J Os selvagens a .rcciavam w•!-i..(o os sens fruct~s, semelhantes 1 ( 1) :,t1l(a1mcl, l.uso-Brnzileiro d j 1 1887, pag. 218, tratando do brazão d'annas da ci e Belem, ainda affirma qu esta oi fundada em 3 de Dezembro de 16 15. O h 'armas é identico ao que nós adia te apresentamos, e é natural que o auctor da noticia, r~sidinrlo em Lisboa, verificas/;e tudf na Torre do Tombo.
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