Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894
• 201 vez os trabalhos do ill us tre prussiano. José Bonifacio, qu e fôra cond iscipulo de Humboldt em Freyberg, percorria ainda a Europa, completando os seus estudos. O prí ncipe regente , por mai s liberaes que fossem as s uas intenções áeerca do Brazi l,-e está p rovado q ue foram,- sentia soprar do norle a bt·isa cl emagogica, lfUC ull ui u os thronos, e afogava a antiga sociedade n ' um mar rln sangue ; da America, ch egava-l he ainda aos ouvidos co rno um echo, ·o- Libe1·– tas quce sera tc,meni- cla conjuração mineira . Tudo isso póde all egar-se em defeza do gove rno portuguez, e n inguem deixará de considerai-o extreme de eulpa . Mas os factos posteriores se encarregam de uma j ustifi caçrw mai.;; cabal. Apenas dous rnezes eram passados depois de exped ido o aviso relativo a Humbo ldt, que o mesmo D. Rodrigo de Sonza Co u tinho firma a seguinte ordem, tendente d 'csta vez a dar á sr.iencia toda a protecção, e aos seus cultores o melhor agasalho : ,, Do Ha vre de Graça se des tinam a sair do us navios, um cha– u mado o Geogl'Ct,pho e outro .Natul'Cllistn, commandados pelo capi– '' tão Baud in , que o governo fran cez manda a faz er uma viagem á ,e roda do mundo, e cm que vão alguns sabios e a rtis tas. E como (( esta expedição é uni camente des tinada a augmcntar os conheci– (( mentas de geographia e das sciencias naluraes, fo i o Príncipe ,e R egente Nosso Senhor servido ordena r que se dessem aos ditos ,e navios os competentes p ass aportes, não só pa ra qne elles não ,e fo ssem cl elidos na sua viagem pelas emba rcações de guerra por– '' tuguezas que encontrassem. mas lambem pa ra que podessem « entrar em qualque r porto dos dornin ios porluguezes, e n 'ell es se ,e lhes désse todo auxili o, protecçno e ass is t.encia do que necessi– " fo ssem. S. A. R. rn anrla prevenir a v. s. ele todo o referido, para ,, qne no caso ele entrarem n'esse porto os flitos navios sej a m bem u recebidos, e achem todo o bom tra tamento q ue o obj ec to da s ua ,, viagem l'equer. Ordena, porém, S. A. R. que haja sempre toda a , cautela em evita r, quanto fôr pass ivei, qne estes viajantes fran– (( cezes communiqucm com os hab itantes dos pa izes aonck abor– u dnrem, o que se eleve fazer corntudo de tal modo que se não falte « á devida attenção, com que cll es devem srr tratados." O ultimo período cl' es te docum ento rl es tôa, na verdade, nrn tan to das idéas de larga p rotecção á seicn cia, expos las nos que o p recedem. Mas, quem poderá d izer quantas rned iclas de suspeitosa v igil ancia r egis tram ainda hoj r , e nos paizcs mai:: ad iantados e lib era es, as chan r.ell arias? ,T. Luc ,o o'AzEVEDO .
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