Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894

154 Sente elle a cada momento a necess idade de r1ualquc1 outro traba– lho, mais sério e acul'ado, que lhe absorTa ns cuidados e o arrnn– que do enfado frequente ela vida. E' uma vercla;)e esta de que nos conve nceu a nossa· propria experiencia inclivielua l. Retirados elo mo•;imcnto aclivo da politica, muitas horas tin')mos ele co111pleto aborrecimento, permanecendo nós quasi sempre sob a impressüo penosa que nos deixavam as divagações incertas elo esp írito. Resoh" crnos por isso escrever de prefcrencia sobre a teri:a que nos dei1· o bçrço, c;onsideranclo-a como o ente moral que melhor poderi!} despertar os nossos mais ternos affectos filines e prend er a nossn attenção. Já lhe tínhamos co nsagrado os 111 0lhort·s dias ela nossa mod– dacle. Era naturnl que lhe consagrassemos os dias invern osos da velhice como a u1tirn o. lembrança taln•;r. do filho que, honlem e hoje, semp-re a ,·eneron com es lrern edmenlo. Escolhemos ncst<: proposito a historia colonial do Pará paL"a as,rnmpto do nosso 110\·o- · trabalho, com intençrw cal.~ulada el e ligal-o :í outro que, nrw lia muito, public:amos sobre os principaes acoutecimentos, occorridos na antiga província depois de proclamada a inclepenclencia polilka elo Brazil. Não clescoroçoa1·e111os . Faremos ludo v01· levar ao cabo o no:oso intento, vencendo o r.ançaço proprio da icladt:> em qne nos achamos. Não nos entibiarrto o animo as fadigas e clifíl culd ades, inhcrcnlcs á taes commettimentos. . .Mas, se formos infelizes, e qualquer moles– tia ou mesmo a morte nos surpn:henclcr na jornada, esperamos deixar pelo menos adiantado o trabalho, e outros poderão con- cluil-o. . Nllü haja, pois, hesitação : abrindo o venerando sepulehro do P.assado, interroguemos ás gerações. sumidas nas e,•olu ções do. tempo; - r.evivamos os P,rimeiros operarios do nosso edificio social; -levantemos á cada um, embora em téla embaciada, qual– quer painel que alteste a nossa gratida.o e homenagem. Será o cumprimento ele um dever sagrado de patriotismo. Feita assim a dcclaraça.o, enh·ernos no assumpto cogitado. Estimulado pela narraçrt0 da descoberta das novas regiões que Ravardiere imaginára serem <lo Amazonas, Alexandre de Moutn resolveu proseguir na exploração iniciada das mesmas, e para tal fim nomeou a Francisco Caldeira Çastello Branco capilão– mór da conquista do Parát e fêl-o seguir sem •demora, acompa– nhado dos capitães Alvaro Neto, Pedro de Freitas e Antonio da Fonseca, ,com duzentos homens pouco mais ou menos, inclusive cento e cincoenta solcla<lo,; escolhidos e hem equipados, além ele ' '

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