Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894

• 197 « minar r egiões desertas, e desconhecidas até agora a todo;, os natu– « ralistas. E porque em tão criticas circumstancias, e no estado cc actual das cousas se faz suspeita a viagem de um tal estrangeiro, cc que debaixo de especiosos pretextos talvez procura, em conjun– cc cturas tão melindrosas e arriscadas, surprehender e alenta':', com cc novas idéas e capciosos principias, os animas dos povos seus fieis < vassallos, existentrs n 'esses vastos dominios, além de que pelas << leis ele S . A . R. é p 1'0hibidet et quetlquei· est?·etngefro et enfradet nos << seus tei-1·ito1·ios, sem p lrmissão especial de S . A . R ., ordena mui << expr essamente o mesmo August.o Senhor que v. s. faça examinar « com a maior exacção e escrupulo se com effeit.o o dito barílo de cc Humboldl, ou qualquer vi ajante es trangeiro, tem viajado ou « actualmente viaja , pelos territorios in teriores d'es~;a capitania, « pois seria s umm:11n ente prejudicial aos interesses politicos da co– « rôa de Portugal, se se verificassem semilhantes factos, e confia « S. A. R. que v. s. pelo seu zelo e efficaz desvelo empregará, em << um negocio de tanta importancia, toda aquella dextreza e sagaci– « dade, que é de esperar das luzes e circumspecção de v. s. pelo 11 bem do real serviço, precavendo v. s., send o ass im, e atalhando a « conlinuaçao de taes indagações, que pelas leis são vedadas não « só a estrangeiros, mas até áquell es portuguezes, que se fa zem cc suspeitos, quando não sflo autorisados com or cl ens regias, ou com (( as ·devidas li cenças dos governadores das respectivas capitanias, « mandando-os capturar. E confia finalmente S. A. R. que v. s. 1< procederá a este respeito com a mais cautelosa circumspecçã.o, <1 dan<lo immediafarn ent e parte a S. A. R. de tudo quanto achar << aos ditos r espeitos por esta secretaria de estado, para que o « mesmo augusto Senh or possa dar as providencias, que exigirem « factos d'est.a na tureza.>> Foi es te documento ex pedido com a ass igna tu ra <lo mi nistro . <la Ma rinh a D. Rodrigo de Souza Coutinho. O escriba que o regis– trou, na secretari a do govern o do Pará, lançou- o no in<lice pela seguinte fo rma :-A viso em q11e .~e ordenn haj a toda a caitielet e-rn observar quacsquei· estrcingefros que 1:enhmn á Anw·ica. p ois que de B edim se Julga sn.hfr itm bm·ão a. fazer descabei-las no Jfm·anhão. Latino Coelho, na sua esp lendida biogra phia de Humboldt, transcreve este aviso-((como um triste e vergonhoso documento do << que sã.o as monarchias, quando intentam resistir á tormenta po– << pular', e povoam de lugubres visões a sua allribul ada phantasia.» -E, proseguindo, alt es ta que hou ve um estadista portuguez- (( illu – <' minado e beneme rito, que se apressou a desvia r da sua patria a « macula infam ante com que a pre tendi am <leshonrar. >> - Este

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