Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894
178 que assim o faziam para se vingarem das mo!'dirlelas que .lhes da– vam os bichinhos. Os homens tomavam conta elos trabalhos mais pczaclos, como a fabri cação elas aldeias. Forliflcavarn-n 'as lambem; caçavam e pes– cavam, p!'cparavnm os arcos e as f'rechns, faziam as jangadas e as canôas, dependendo estas de muilo tempo e pacicn cia, por nrto te– rem os tupina111bás por ins trum entos se não os seus machados de pedra e o fogo. As guerras eram ell es que as decidi am em conse ll1 0 reunido na praça da ald eia. E nomeado o ch efe d 'enlrc os mai s va– lentes, e con vidada a naçüo inteira para des ignado lugar, preve– niam tudo pal'a as operações pl'oj ectacl as . No dia aprasado, punham-se e111 campo, paramentad os todos com os se us .adornos e a!'rnas . Acornpanhavam-n'os as mulheres que conduziam as pl'ovisões e macas. Tocavam em ma!'cha as ja– nubias, as gaitas ele oss os humanos, todos os seus instrum entos ele guerra, no meio de voscrias atroadoras , i111il :111cl o animaes ferozes. Mandavam adiante emi ssarios para espiar o inimigo, e ao approxi– rnar- sc cl'es te, sus pendi am o an ·uiclo e precaviam-se contra os es– trepes que uns e outros usamm nos caminhos e passagens. Os seus assaltos con stu11iavam ser de smpreza e emboscada. Travado o combalE: cm taes condi ções, invadiam as aldeias, matavam, a pris ionavam e levavam tudo de vencida. Mas algumas vezes e ram prescnticlos, e nem sempre logravam o seu intento. O sentimento de vingan ça era o pri11 cipal move] que os arrastava á . es tes act os el e hos tilidade. E de orr'linari o por qualquer moti vo futil se odiavam e faziam gucn as el e ext erminio. Os p ogé.s tinham grande µart e em ludo is lo. Os tupinambás não tornavam deliberação algu- :ina sem ouvil-os. , Habitavam ell es cm cabanas isoladas, nos lugare3 mais escu– sos e sombrios dos bosques . Ahi eram consultados com o seu sup– posto espirita el e prever os acontecimentos e os rnal efi cios. Consi– derados como proph etas, videntC's, 'feili ce iros ou quaesquer entes privilegiados. exerciam myslcri osa influencia no animo vi sionario dos selvagens. Bafej avam os guerl'eiros com fumo el e petume para dar-lhes brio e valor; - decifravam os seus sonhos ; - vati ci– navam a sorte que os aguardava, ao tanger sempre do symboli co maracá. Tambem curavam os enfermos com plantas mecli cinaes que conheciam, ou persuadiam aos pacientes vir-lhes o mal d_c col'pos estranhos que fingiam tirar-lhes da parte affcctacla, chupando-a com baforadas de fumo e imprecações á anhanga, espirito maligno admitticlo em suas crenças. Se as rnol es tias porém pers isti am, não cuidavam mai s dos doentes, e es tes moniam á mingua, abandona--
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