Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894
172 Reconheciam um chefe supremo que os governava, escolhido de orclinario por sua valentia e astucia . Succcdia-o, no caso el e morte ou qualque r impedime n to, r, filho que distinguia- se por brn.,. ilJI vura e dedi cação á tribu . Ao contrario, di spcnsavam-n'o e nom ea- vam outro sem qu e por isso honrnsse ma lquercnças e resentimen- tos . O depos itaria do poder nüo tinha r egali a alguma que cl éss·c motivo á qua lque r gu erra ele succcss üo . Contentava- se com servir b em á aldeia sem nenh uma amb ição que o transYiasse. Não r ece– bia provento algum elo seu _mini sler io. Tambcm não haYia crario. nem cargos r emune rados que creassc n1 scqnellas e a ifcições pcs– s oacs,- fontes per enn es ele corrupçr10 e mal es nas socicrlaclcs 1110- d ernas. Os tupinambás lw.bitaYam cm cabanas oblongas, armadas de madeiras e cobcrtns ele folha s de palmeiras, com accommoclaçõcs para trinta á quarenta fami lias . Os lugares das ald eias eram sem– pre á marge 111 el e rios, escolhidos pelos caciq ues , e n enhuma exr.e– dia de se is casas . Ev ita.mm sempre a de111:1s iarla agglorn eração de gente. Form:wam no c:cnlro das caban as u1m1 csp ecie 1le prnça. onde r euni a 111-se os conse lh os da tribu. :Xas cxtrc rnicl ades de cada uma h:n ·ia cm c: i1na aberturas qu e fa cilita \·am a circula ção elo ar. O inte rior e ra s impl es e sem n enhum compartimento. Viviam lodos cm comple ta cornmunhão, se m prcocc upaç:10 al guma sobre o inlitularlo direito el e pro1Jri cda cl c. Nc 111 ell es ti– nham ma is qu e a rcos, frechas e adornos sem Yal or. · ão conh e– ciam a amb ição, e pou co se impo rla vam do f'Lllurn. El'am por isso imprevid,~ntl's , pou co activos , sem n enhum amor ao trabalho . Havia no me io d e cada choupa na, d cbai~~ do t ed o, um giran , cs pccie de assoa lho formado ck varas compnaas , ama rradas com cipós por cima el e tra vessas coll ocaclas em s uffi cientc altura para não atra vancar o lugar das macas . Ahi gunrcla rnm quanto p os– suíam, que pouco ou nada era. Estacas ou es teios a fin cados no chão serviam d e armadores ás macas em qu e dormi am, sobrepos– tas muitas vezes urnas ás outras . De perm eio á es tas faziam fogos e os conservavam sempre acêsos , sobrcturln el e noite para allumiar a taba e aqu ecei-a contra o frio das madl'ugaclas, se rvindo a clari– dade para afugentar os morcegos avezaclos a mordei-os na escu– ridão. Po r cima das portas, qnc nunca passavam de duas, uma em cada cxtremiclaclc elas cábanas , espetavam craneos de inimioos, immolados ao furor de vinganças e rancores quasi sempre pui r is. Quando t inham clcsaffciçoados 11a visinhança e r eceiavarn qual– quer aggrcssão, faziam cêr cas cm r edor das casas e tomavam ou– tras medidas de cl efcsa e segurança. Mnda\'am de habitação logo
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