Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894

16fl de Israel passado para o ·novo ·continente quando, expulsa por Josué, rleixou Chanaan e veiu .asylar-se _neste longinquo paiz, onde no fim de muitos seculos perrleu a sua religião, os ·seus ritos, os seus costumes e linguagem. conservando todavia aqui e ali os olhos negros, a côr bronzeada como restos caracterist.icos do seu t ypo primitivo. (1) . Finalmente., nestes ullimos 1.ernpos apparecen uma novfl ordem de investigadores, qu e estabelecem theorias oppostas á inv:i~ão das terras ameri canas por povos do antigo mundo. Lund, explo– rando as cavernas calcareas de iVIinas-Geraes e encontrando na Lagoa-Santa o homem fossil, sustenta que na Ameri ca existiu o genero ·hnmano muito antes da época des ignada pelo Genesis, quando na Europa ainda nã·o se cogitava da possib ilidade de ter o homem podido viver em qualquer outro ponto do g-Iobo . (2) Hartt cria uma nova th eoria que conteça a conquistar adh e– sões. Nas ostreiras espalhadas pelos vall es do Amazonas e cos tas do Brazil tem-se encontrado ves tigios de carvão e louças, assim como ossadas de corpo humano. Acredita~11 que sejam dos habi – tantes primitivos da Ameri ca, que em tempos pre-historicos ahi viveram e alimentaram-se de mariscos arroj ados ás praias pelas ondas do mar. Chamam-n'os homens dos 1:Jarnbaqiiís. Os que morriam eram enterrados nas mesmns ostreiras por · baixo dag camadas de ostrac;; accumuladas em grandes montões, quando expiravam nesses lugares ou nas imrn edi ações mais pro – ximas. Examinados os craneos descobertos, tem-se reconhecirlo vados pontos de semelhança com os dos eskimós e patagonios, pelo que julgam que os nossos aborigenes descendem destes povos. (3) · Será mais uma conj ectura, que aliás não di spensará a neces~i– dade de saber como vi eram ter áquellas regiões os suppostos ascen– dentes dos taes st~mbaquís. A questão ficará assim no mesmo ponto de dúYida,·sem adiantar uma -ideia sequer sobre o tronco gencalo– gico dos habitantes primitivos da Ameri ca e mesmo do Bl'flz:1. Per– manece portanto o problema sem sol y.çllo, sempre involvido nas trévas do mundo desconhecido. A scfoncia não tem por ora pod.ido proferir o se u final julgamento, como convém. (1 ) Eugéne Landum-Les .Tgn . de la Scien. Mod. (2) \Vappreus- A T erra e o .F-.Tomem, cap. X1V. · (3 ) Nos A rchivos do Muzm Nacio,ra/, tomo VI, estão publicados trei importantes · .trabalhos de Hartt, L:icerda e Ladislau Neto, sobre este assumpto. •

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