Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894
lGO se3, cOiwindo por i~so expli car o sentido cm que a tomam. Dão es te nom e á depressão, vallaclo, rego ou fo sso que, aberto pela natureza nos terrenos baixos e alagados, enche e vasa conforme enlram \! sah em as aguas r eriocli cas do fluxo e refluxo das marés. Al guns ha qu e, por s ua grancl ê largura e extensão, se entranham pel:ts rnrzens e mangaes em grandes di stan cias, e os cortam cm todas as direcções, bifurcando aqui e ali em muitos outros de me- • n orcs dimensões, á semelhan ça dos affluentes dos rios. (1) Ko s itio cscollticlo, Cas tello Branco encontrou numerosas a lcfoias ele indios bellicosos ela raça tupinamhá, os quaes entretanto nenhup1 acto de hostilidade pr,llicaram; pelo contrario, mos trnrnm– .se s.ympalhi cos á ge nte da expediçrw e se pres ta ram .de boa Yon– hllle á loda sorte el e trabalho-domes tico, do eampo e do mar. . 'Seniram de muito parn es te feliz res ultado os interpretes fra– zitlo;:; do i\faranhiío. Indios da mesma raça, desembr,rcaram logo ao c: lwgar, e lireram fac ilidade de introclnzir-sc nas ald eias, prepa– rando os animos em favor elos r ecem- ch egaclos. Cas t.ello Branco ma ndou rlcs trihuir entre· os caciques alguns mimos d~ pannos, fe r- 1·,un entas, mi ssangas, varios outros ins ignifi cantes artefactos, e por tal modo acabou por tirar-lhes todos os esc rnpulos e desconfi::mças. Tüo penhorados fi cnram, qu e ell es mesmos se incumbiram de ir ca tcchi sar e convidar os que moravam c;.1 lugares mais afasta– do;; e longinquos. It'lteiramcnle convencidos das promessas e h.oas int cnçõ·es dos seus hospedes, não hesitaram em procurar nas mat– tas os seus irm!los e trazel-os á convivencia dos homens que se inlitnlavam cmissarios da paz, da fraternid ade, elos· bons cos tumes . E conseguiram o se u intento sem grande esforço. (2) Assim ajudado, Castello Branco poucle nem só grangear gc ne– ros alimenti cios e abarracamentos para toda a sua gente, como começar urna povoação que chamou de Nossci 8enhoni de B elém, e um l'ortim intitulado de Santo C!t1·i8to, ge ralmente conhecirlo por Castcllo, talvez em memoria de quem o erigiu. Exis te ainda hoj e com o lll esmo nome, e é uma elas poucas reliqnias qu e nos res tam do passado, embora os tempos lh e tenham dado nova fórma. Guar– c~'l- O um pequeno contingente de tropa de linha que annun cia el e ( r) Lacerda, A.ulcte e Almeida, mencíonam em seus Diccionarios o i'garnpé como esteiro ou canal estreito que só clá passagem á canôas e barcos pe'luenos. Confu ndem• 11 •0 todos com o que chanrnm-ji,ro. Este sim pó:le comparar-se com o canal que com– munica dois rios, duas bal~ins o~ est~s e aquelles c0m qualquer mar. O igarnpé é antes unm especie de p~queno n o, CUJ~ l~!lo sécca s~mpre com a~ rnsnntes das marés, e nisto consi;te a sua d1ftcrença caractenshca, que o d1stmgue do n o. (2) José de i\foraes-cit. Hist.-L iv. \", cap. \"T. I
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0