Revista Sociedade de Estudos Paraense Out a Dez de 1894

159 fórma e muc ilagem aos nossos conhecidos abíos. (1) Talvez por isso os naturaes mudassem a denominação primitiva da bahia, depo is que a tribu sapctrw·á desappareceu ou deixou os sitias que occu- . pava. levados pelo cos tume que ell es tinham de dar aos lugares o nome elas cousas que ma is os altrahía rn, ou que melhor pocl essem suj eitará zombaria os seus inimigos. E' passive i que os sapa1ai·ús e os outros selvagens, victi rnas da prepotencia dos t1ipinm,1bús, dessem á estes e á sua moradia por escarneo o appell ido de G1w– _ja·1·á, attento o apreço em que os novos habitantes da bahia tinham a. fruct.a des te mesmo nome, a qua l era com ida lambem fiworita rios macacos. Ouasi em frente á cidade ele Belém, ao lado ori ental ela ilha ele M;rajó, na foz e á margem esquerda do r io Arary, ainda exis t.e um lugar conhecido por Sapam,-á, que indica ter sido antiga habi– taçrw desses selvagens, naturalmente refugia<los ali para liHar em– se das perseguições dos tupinambás quando, vindos do sul , qnizc– ram estabelecer-se nas regiões arnazon ica!:: . Conta-se ter sido An tonio ele Deus o primeiro homem el a expedição que pizá ra as terras elo Pará. Era portugnez. Occupá ra depo is · varios cargos na coloni n. Examinado o terreno, Castell o Branco tratou el e escolher o sitio mai s conveni ente para lan ça r os fundam entos ela colonia, e firmar ass im o domínio da corôa portu– gueza, dando prefcrencia á ponta sal iente de terra firm e, qne en– trava na bahia e facili tava os meios de cl efeza. Era elevada, de in– _greme s ubida do lado da bah ia, pelo que tornnva- se por ahi impos– sível qualquer investida cios selvagens. Um profundo igarapé, distante talvez sessenta braças, defendia esse ponto de maneira que só poderia haver receio ela parte central do con ti nente. (2) Mas es treita como era, essa língua de terra fir– me seria facil fort ifi car po r uma trincheira que atrnvC'ssassc-a ele um para o outro Indo . E foi o que fez Castell o Branco. R :é!-ros são os lexicographos que fazem menção da palavra iga- 1·cipé, q ue nós aqui 'empregamos, -e é muito usada entre os paraen- ( 1) Baena nem só trata da arvore-Cua_jará-, como diz que este nome foi dado á bahia pelos proprios indigenas: Corog. Par. pags. 45 e 23 1. Ha varios' rios e lugares no Pará com o nome de Guajará. (2) Este igarapé findava n'um alagadiço chamado Pery nas immediações do Arse– nal de Marinha, e corria pelo terreno em que depois foi levantado o palacete municipal. Actualmente não existe mais como era. Pouco e pouco aterrado, está hoje ou edificado ou aproveitado em hortas e capinzaes. Na foz ainda ha a antiga doca do Ver- o-peso, destinada ao pequeno commercio do interior. Ahi atracam, embarcam e desembarcam as canôas e barcos de pouca lotação. Acha-se melhorada com cáes e rampas revestidas <le cantnria. l

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