Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação

6 PAGINA tença , -ao pelourinho do crime ataram- no Cesar Augusto Marques, Candido 1\1..-;en – d es de Almeida e muitos outros que se- 1 ia demasiadamente longo enumerar. A f e:ção p-articular de sua indivi– dualidade é expressa por J oão Francisco Lisboa nestes têrmos: "Foi um déspota vu1gar, e em t udo igual ao., demais, sal– vo que era mais letrado que êles, e teve a feliz inspiração de escrever um livro..." Capistrano de Abreu , nas su-as ach ê– gas a Frei Vicen te do Salva dor, afiança que a travess:a da flotilha de Francisco Caldeira de Castelo Br-an co correu r á – p ida, durou apenas dezoito dias, como comprova a Da r t a supra-cit ada . Chegou, portanto, a seu dest'illo em 11 ou 12 de janeiro de 1616, decla ra o mestre . A t o– dos passou despercebido que o autor dos Cai; ítulos de História Colonial t inha apresenta do um problema que n ão era ed r esolução r elativamente fácil . Era absurdo admitir que o insigne cearense com a neve dos caminhos, de J úlio Dan– t as, tivesse desaprendido a operação de ;s,cmar . P ositivamente, a rmara um nó górdio . Ao chegar a.o Rio de J an eiro, a fim de me matricula r na Faculdade de Me– dicina, ia disposto a aproveitar o ensej o par a acabar com a minh-a espêssa igno r â ncia, sem r ecorrer a circunlóqu!ios re– tóricos . Pedro Souto Maior, bibliotecár'lo pér– p etuo do Inst ituto Histórico e Geogr á– fico Brasileiro, a quem de há muito me pn ·ndiam laços de estima e -admiração, aconselhou-me que procurasse o p róprio Capistrano . Diziam-no dot ado de gênio irrascível inclinado ao escárnio. Nos informes de• via haver decerto demasias. Um dia, o destino me colocou frente a frente do mestre, no salão de leitura da mais antiga instituição cult ura l do Brasil. Foi um dia , já hem longe. Folheava um livro manuscrito de Manoel Brurata. Aproxima-se de mim um senhor de as– pecto modesto, mas venerando . Bate– me com afeto no ombro para me pergun– tar o que estava lendo . Não quero deta– lhar a larga conversa . Parece-me pouco ,a propósito neste lugar . A êsse nobre ancião devo o que sei da história pát r:a. Espontaneamente, traçou os ·r um.os e diretrizes para os meus estudos . Como que o vejo a sorrir-me, satis- f eit o do progresso do estuda nte, que ape– lid ara de "pororoca". Acolheu-me com afetuosidade, inumeras vêzes ,em sua casa, numa espécie de por ã o hum.ilde . V-ae para mu itos anos . De 1920 a 1927 . Com êle aprendi a pr ática de manusear os papéis vet ustos dos arquivos silen – cioso., e a retira r dêles a signüicacão de sua alma imorrível . - Com a im-aginaçã o que t orna os dias do passado presentes, como lembra Ma – chado de Assis, r evivi as idades extintas Bonissimo amtigo .. . tê-lo-ei sempre vivo por êsse ma ravilhoso poder evoca– tório da saudade . Certo escrit or, cujos dons natura is d e inteligência são inegáveis, em apôio de seus argumentos, invocou f alsamente Pedro Ca lmou . No tocante a o t ema de que tratava o que escreveu o h istoriogr a – fo baiano de gr ande envergadura, n a st:-a História do Brasil ,foho seguinte ·Lan – ço, no capítulo - "Afinal o P a r á" : "após dezoito dias de viagem , a 10 de janeiro (o grifo é n osso) a lcançou o sítio onde deu princípio à cidade de Belém ". Não se alegue t rat a r-se de êrro d e revi-,ão, porque êle ,acrescenta logo em seguida : "Er-a dia de San ta Maria de Belém , daí o nome de "Presép'io", dado ao fortim de madeira . . ." Nada mais de meridian a clareza . Por ~!timo pa r a n ão ir ma is a parte alguma, a fal ta d e melhor eis a con– fi!i~ncia esclarecedo:·a do Mestre a p r o– pos1to, repitamos, do motivo porque es– creveu que Francisco Caldeira de oaistelo Bra? C.:º (cer tos sabichosos omitem a pre– p os1çao de ), a pós 18 dias de viagem a lcançara a meta de sua mlissão às ribas do Guajará, a 11 ou 12 de janeir~ de 1616. As 24 horas de n aveg.ação (uma sin– gradur a n a nomenclatur a n áut ica) con– t a".'am-se do meio dia ao meio dia se– gum_te • "D? m eio d ia a o outro meio dia" explic:i- Joao de Lisboa, Piloto-Moc no seu Li~o_ de Marinharia., do qual -existe uma ediç?-o feita em Portugal, por Brito Rebelo, ai por 1903 . ~scuso de frisar que as palavras de Cap,1strano concernen tes à fundação de Belem e que ca reciam de inter pret ação ou melhor d~, explicação, foram an ali– sadas com c1enc1a e consciência . . !1- 11 de_aneiro dêst e ano, n a Asso- ciaçao de História e Geografia de Belém,

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