Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação
PAGINA 43 ---------------- vista, ainda é caso para agradecer a -'.!t enção que se dispensa ao autor desta coluna, sempre amiga da intelectualida– da brasileira e das suas exparusões de luso-brasilidade". "Por volta de 1960, um farmacêutico de Londre3, Conyers, enconm:a , entre os case-alho:; do leito de um braço do Tâmisa, hoje abandonado, urn sílex talhado, pon– tiagudo, perto do esqueleto de um ele– fante quase completo . Um -amigo do fa1 macêu tico comunicou o fato à So– r: edade de Antiquários de Londres e ex– pEcou que se tratava deum elefante do 1:xército romano do imperador Clá udio morto por um bretãio" . (Do livro "O ho– mem descobre seus antepassados" de André Senet, na tradução de Pierre Santos). Relatório de Duala Misipo, filho de um camponês, natural de DuaJa no Camcrum. Estudou na Europa, onde se diplomou em estudos, su– periores. 1 "NÃO NOS CHAMEM DE NEGROS" "Até agora, os . brancos relaooram sôl:>: e a Africa . Aqui, porém, escreve um :1!1''.cano sôbre a sua pátria ... e sôbre nós". ~•se eu no Museu étnico passo pela secçao "Afric.a" encontro em tôdas as coleções o verdadeiro espírito africano, o mesmo ca rá ter e a mesma natureza . Seja de que pa rte da Africa forem as peças individuais elas sempre se unem em cada composição e fala.rn a mesma língua . A expres.são daquilo que é afri– cano e bem fàcilmente reconhecível. Cada t ecido resistente na roupagem, cada_enfeite singelo, cada arma simp,les e pra tica, cada linha do entalhe dura e severa. Não há n enhuma maciez fl exível na expressão . Tudo que é africano no grande Museu étnico exala o mesmo odor dos fogo s de lareira em combustão e de r:e es ~a~uradas de gordura. Tudo é prá– tico, seno e grave . Assim era a Africa antes da civiliza– ção. Havia estradas cuidado3amcnte preP:3:r-adas e marginadas milhas a fio sem ~ terrupção de árvores plantadas . Por dias, podia-se viajar e via-se a tena sempre coberta de magníficas matas e campos . Colônias com homens em rou- pas de fazendas tecidas pelos mesmos e cujo fio foi obtido das camadas, mais tenras de fôlhas dumas certas espécies de bananas ou da palmeira "raphia" . Viam-se lança.s côr de rosa cujas lâmi– nas são graciosamente embutidas de em– blemas de co'bre. Admiravam-se caba– r.inhas com muito gôsto decoradas e fi– guras graves e com estilo, em marfim e madeira . Nos reinos havia urn excesso de gen– t e vestida de "veludo e seda" . Reinava uma ordem de grandes e bem1 dirigü.dos cst ado3, com realizações até das menores coisas. Nos gra ndes e pequenos lugarejos pulsava a vida africana. Os homens ou trabalhavam nos seus terrenos e carnpo6 remendavam e melhoravam redes de pes– ca ou acompanhavam o gado ao campo . Outros não se enfadavam da educação c:os filhos . Pais brincavam com os seus r ebentos, fazendo rolar com incrível ve– locidade pequenos e arredondados seixos num prato de madeira preparado palra êsse fim. As pedras voavam no prato uma em volta da outra e urna contra a outra e a s da maior fôrça cen tlltifuga jo– gavam as outras fora da sua trajetória e com 'isso para fora do prato. Vencedor era aquêle cuj as pedr-as ficavam no pra– to . Out ros ent1lhavam pequenas e es– t reitas igarités ou animalzinhos de bam– bu, outros ensinavam aos futuros repre– sen tan tes da família as a stúcias da luta livre .africana. Os rapazes eram iniciados na piro• fissão do pai . 11:les o seguiam p.1ra o c-ampo com enxada, cêsto de comida e bilh a. Observavam corno o pai deposi– tava numa encruzilh-1da pequenas dá– d ivas e demorava um momento pensati– vo num lugar eleva do à margem dum campo tra tado . Nenhuma palavra de en– sinamento passava por ·seus lábios! Os jovens, porém, viviam mo_!llentos, cujo sentir profundo embora n ao aparente mostrava o sent1ido e caráter do campo– nezato africano da tribo dos wagans. :ll:las compreendiam sem necessidade de advertência a sua razão, a idéia do silên– rio nas suas concentra ções . Assim êles iá n a idade infantil participavam do es– t udo inicial das eternas verd-'.1.des da Na– tureza que presidem o germinar e ores– cimento das semeaduras . 11:les sentJlam Jun to com o pai e 06 irmãos adulto.., não sómente as horas sagradas do a.m.a di'Ure– cer, mas também o cuidadoso preparo
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