Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação

PAGINA 31 Desde o quinto número ficaram como reda toras as professoras Maria Branco da Costa Mary Jucá dos Santos e eu. A pr,meira faleceu, a segunda passou a residir no Rio, e eu fiquei sózinha sen– tindo não só as saudades das colegas que partiram, como a falta para a publicação de "Página" . Mas, graças a Deus con– seguí uma colega amiga que veio me auxiliar: a distinta professôra Ida Nadler de Valmont, um dos mais compe– tentes ornamentos do ensino secundário ·em nossa terra . Ainda não me foi pos– sível substituir a professôra Branco da Costa na sua secção "As professôras ~e divertem", cuja leitura interessante e alegre fazia esquecermos as agruras da vida . Nestes quinze anos perdemos muitos colegas· e amigos como Ma.ria Stellina Valmont, Dolores Freitas, Antonieta Amoedo, Oscarina Penalber de castllho, Amancia Pantoja Borralho, Leonor Lédo, Gervásia Ferreira, Crispina Mluller, João Pereira de Castro, Paulo Eleutério, Ma– nuel Lobato. Parece que a Sociedade Paraense de Educação ficou estarrecida com essas mortes que nem mais uma excursão ale– gre realizou, e até mesmo os almôçoo de confraternização e amisade têm raread_o. Só não deixou de haver a festa de Sao Pedro porque a patrona parece ser des– cendente do Mestre Martinho com a fes– ta do Divino no populeso bairro do Umarizal . Um ..seu filho perguntou-lhe: "Ma– mãe, quando terminará essa festa?" .. . Ela respondeu: "Meu filho, eu fiz uma promessa de enquanto vida tiver, home– nagear São Pedro". . . :tl:le então distie a um amigo qu~ estava ao lado: "Ela é sa– bida . . . Quando ficar velha e não possa traoolhar, os filhos e amigos tomarão conta da promessa realizando os feste– jos com o má.xi.mo fulgor para completa alegria da velhinha!..." GRAZIELA MOURA RIBEIRO "J A APANHEI. .. " A proP. Graziela Moura Ribeiro dedica aos seus antigos alunos, que ingressiaram na política. "A vida de Mariano Pereira Barbofia corria serena, sem pr"€ocupações, sem sustos, sem contrari~dades, quando o destino lhe pôs no cam:inho áquela ar– madilha: uma luta do João S~lomão celerado destemido com o barbeiro Fe– Usberto Sampaio, do "Salão Fluminense". Mais forte que o outro, Salomão conse– guira desarmar o a dversário, passando– lhe a própria navalha, depois, cinco ve– zes, pelo peito, pelo ventre, pelos espá– duas, pelo pescoço . Arrolado como tes– temunha, Mariano fêz enorme carga ao criminoso . E de tal forma que êste, a o receber a sentença de se'is anos de pri– são, se voltou no banco dos réus para o seu principal acusador, ameaçando-o olhos fuzilantes, a mão espalmada no seu rumo: - Deixa-te ,estar . Quando eu sair daqui, tu me pagarás! Anos depois, ia Mariano para seu emprêgo no Ministério da JustAça, quan– do, ao pa&Sar o bonde pela Praça da Re– pública, viu parado a um canto da rua um indivíduo que lhe não parecia estra– nho. Atentou melhor e estremeceu : era o João Salomão, o agressor do Felisberto. Ao dar com os olhos no passageiro, Salo– mão reconheceu-o também e, cara fe– chada mordendo, o beiço, avançou para o bonde. O veículo já ia, porém, em marcha acelerada, devendo o pacífico funcionário ministerial a essa circuns– tância não ter, desde logo, ajust3Ao con– tas com o valentão Ao fim de quatro dias, novo encon– tro . Caminhava Mariano pela Avenida Passos, quando viu, quase desembocando na rmi. General Câmara, o brutamont~, que o seu testemunho ha~ia levado a prisão. Ao divisá-lo, Salomao acelerou o passo . Ta l foi, porém, o pavor que se apossou do pobre rapaz, que, quando .o valentaço chegou à esquina, j á ? avia êle dobrado, meio qulilômetro a.diante, a rua da Constituição . . A partir dêsse dia, não teve mais o ,_ M, raoo burocrata um só minuto de s~s– sêgo. A cada canto de rua levava a mao ao peito, pálido o coração aos pulos, ven– do em cada indivíduo corpulento o fan – tasmas do ferrabrás, E foi t rêmulo,_ner– voso, agitado, que exclamou, um dia ao entr-::i.r em casa: Não, isto n ão pode continua r ! Isto tem que ser liquidado de uma vez! Acaba logo com isso Maria no! - ob– servou-lhe a espôsa D . Rit inha, inquiet a com aquela situação . Compra um r eval-

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