Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação

20 PAGINA PÁGINA LITERARIA Luar Amazônico MAVIGNIER DE CASTRO (Da Academia Amazonense de Letras) Verão. Rio em diflúvio. A lua cheia alonga perspectivas pela mata, só a fauna da noite ali vagueia a sombra errante que o luar dilate. .. . Algido, estreito igarapé serpeia qual sinuosa lágrima de prata ... Que melopéa o urutáu-i •flauteia na solidão lunar da terra grata! Amanhece; mas imitando um rito sôbre a mata flutua um véu de neve ... E o Sol - patena de ouro do Infinito . espera que_ no altar da selva nua o Sacerdote imaterial eleve a imagem eucaristica da lua! X X X A que poeta pertencem êstes versos: "O poeta a venera no s-ilêncio, Bebe o pranto celeste que ela chore., Ouve-lhe os cantos,-lhe perfuma a vida.. - A mulher amo1·osa é como a aurora". X X X "E' como a praia que alveja; Como a planta que vticeja Nos muros de uma prisão!" FIM DE TARDE AMAZôNICA HOMERO DE MIRANDA LEAO O céu berço de luz se transfigura Na rútila beleza da paisagem ... De franjas de ouro a mata se emoldura... Canta a cigarra em meio da folhagem ... X X X Do sol .a pouco e pouco a imagem vai desaparecendo na incerteza do horizonte longínquo e na miragem de símbolos febris da Natureza . .. Sôbre as águas barrentas, vão descendo velhos galhos e troncos, à feição de ant,gas caravelas, descrevendo uma reta perfeita e verdadei!-a .. . O Sol mergulha no último clarão .. . Morre a tarde nos longes do M)l-deira . . . *** A que poeta pertencem êstes versos: "Tenho na face o desespêro escrito. T?dos me odeiam! - Quanto toco é pó! A1 ! neste mundo tu me amaste só E em paga dêsse amor tiveste o Ínfe'.rno" 1 X X X "~áli~as sombr~s de ilusão perdida, Mmh _alma e:,ta _deserta de emoções, Passai, passau, nao me poupeis a vida!" X X X "ô mãe! É o côro dos anjos ~ úe me chame. para o céu!" XXX CABOCLA SEVERINO SILVA Vejo quando te moves, quando falas, em atitudes virgínais, serenas. um milagre dos marmores de Atenas na majestade olímpica de Palla.s . '

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