Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação

18 PAGINA me lembra quando, outra pétala desa– tou-se da saudade que parecia vergada no seu delicado hastil. Pertencera ela a êsse conjunto de operárias anommas .que carregam pedrinhas paira as constru– ções de grande porte. Afastara-se dessa atividade, premida por circunstâncias imperiosas e, já há algum tempo dei– xamos de vê-la quando ,inesperadamen– te, de volta das lides, letivas, fomos no– tificadas do seu falecimento. E já estava sepultada. Nem possível nos foi levá-la à sepultura, Modesta, trabalhadora, per– ~everante, lutou também, sofreu e .. . caiu. Através da trajetória percorrida com dedicação vocacional, risos e lágri– mas se confundiram, orvalhando esm outra pétala que a nossa saudade guardava carinhosamente . Maria La– vareda, soltou-se, caiu, como tôdas as outras, colegas a.migas que a precederam. A camrnhada avan9ava célere. E os claros se faziam na corola da saudade. E esta pétala que se desengastou feriu– nos mais profundamente o coração . Não pertenceu ao grupo das abelhas que fa– bricavam o mel que adocicava as amar– guras do trabalho árduo. Entretanto, compartilhava das nossas festinhas mo– destas, quando, felizes , nos reuníamos nos banquetes da Amizade. Alegire por tem– peramento, notável era sua simplicida– de no constrangimento com que aceitava as atenções que lhe dispensavam. Sus– peita que somos paJ:1a dizer dos seus pre– dicados morais, colocamo-la, entretanto, na corola da nossa saudade . Acompa– nhamos o seu sofrimento ,fisico, através do mudez do seu sacrifício.. . Quanta coragem, quanta resignação quanto des– preendimento ! . . . E temos que silenciar a nossa amargura, a nossa angúst!a lancinante à queda dessa pétala que deixou, em nosso afeto firatemal, o va– zio imenso das mais gr.atas e profundas recordações .. . Belina ... eu a vejo, ainda, bem pér- tinho do coração, no engaste da minha saudade . . . ativida.de só se af-astou, acorrentada que estava ao s males fíEicos que no-la fur– taram ao congraçamento das nossas con– fabulações, amigas, interessantes e pro– dutivas. Incansável batalhadora, justa e sincera, Oscarina Penalber de Castilho foi, talvez a pétala mais preciosa da nos– sa saudade que caiu e se evolou para a eternidade, deixando-nos o coração ma– chucado de recordações ... Poucos dias decorreram e mais uma pétala caiu. Brilhante cooperadora das nossas singelas tertúlias, doo nossos en– contro;;i cordiais, Maria Branco do Costa que, também, dava grande realce à co– rola da nossa saudade dela se soltou e ... caiu. Inteligência privilegiada, da sua pena brilhante projetavam-se lampejos que se entreteciam em filigranas nas crô– nicas através das quais relatava os nossos singelos e apraziveis folguedos. Em "As profes"ôras se divertem", Marenú retra– tava, numa coleção de "pedras preciosas" as humildes cooperadoras dês.se edifício ainda inacabado e desc onhecid o quase que, futuramente, talvés, se torne um atestado do esfôrço boa vontade abnega– ção e sacrifício de um número reduz!do de audazes e corajosos batalhadotes. Foi a no~ a Branco, a inesquecivel Ma.– remi, uma das pétalas m81is aveluda-das que caiu da corola da nossa saudade após um sofrimento prolongado, supor– tado com edificante resignação. Nem decorri~os eram dez dias, quan– r'ri forte v-entarua arrancou m.ais uma pét:1la da nossa saudade - Aurea Felicio de Souza - jovem, cheia de esperanças aparentando grande resistência orgânica, ~oi colhida quas-e de improv.iso, pela ra– J ada do temporal que lhe ceifou a vida . Vêzes várias, participou das nossas ati– vidades, das nossas doces e inesquecíveis folganças . Edificante no sofrimento cruel que lhe roubou a vida, despetalou– se da terra para viceja:r no céu . E as pétalas continuam a cair... E a saudade vai-se tornando mais desfalca– da, mais desfalecida . Então, essa q'!e se desprendeu, há pouco mais de tres anos, foi uma das colunas fortes, devo– tadas, inconfundivelmente, realçada pelo trabalho constante pela dedicação e es– fôrço prestados desinteressadamente à Sociedade Paraense de Educação, de cuja. Há dois anos, apenai.9, mais uma. pé– tala caída da nossa saudade deixou-a umedecida do orvalho em que se trans– formaram as nossas lágrimas no recor– dar constante dêse convívio compreen– sivo e amigo das que se foram para não m'.lis voltar. Gervásia Ferreira. . . Ela se foi, também, após uma ca.mdnhada longa na senda árdua do magistério envôlta, sempre, no manto alvo da mo– destia, onde, zelosa, escondia o tesouro dos seus ensinamentos. Carater rigido