Revista lítero - pedagógico - noticiosa da sociedade paraense de educação

14 PAGINA Nos desastres ,anteriores eu sempre pensava : "Desta vez vou arrebentar-me todo", ou "a recuperação do cairro vai custar uma for tuna", ou ainda "foi um êrro estúpido que cometi". Agora, porém, dominado por uma p1•ofunda calma., - diria até, serenid.a– d!' - murmurei para tnim mesmo: "Se– nhae, desta vez é o fitn" - por que eu pensava realmente que ia mo~rer. marcha lenta e veio-me o pensamento descabido de que Brit, o mecân.:.co, esta– va examimmdo o motor. Dirigi-mie para o carro e parei o motor. Foi dturante os momentos de silêncio que se seguiram que eu soube que Alguém miraculosa– mente não me deixara morrer. Ma5 ao enfrentar a morte tJive a revelacão súbita de que ,existia um Deus. Tam bé m soube então que se eu vivera até -s.li é por que assim fôra a Sua von– tade . ( . .. ) Depois (otmbando dia barrei– ra) o carro se precipitou nas árvoreiJ comigo dentro. SALTO MORTAL No momento em que "voava" entre a copa das árvores, o carro (talvez por ter- .se prendido a algum ratno) começou .g, da:- saltos mortais, -ao msemo ~empo que ~e ia precip1tando sôbre a ravma. Fi nf!lment e foi "ate-:rlssar" com o motor para baixo, ao pé de 1.1.tllit árvore, e ao tentar fazer mais um sa1to mortal ; retaguarda foi freada por um ramo que })rendeu o carro poucas polegadas acima de tninha cabeça . Fui cuspido e voei por entre .as árvores - rebentado já n r,apacete de proteção - e tombei 40 pés a frente, na ravina. , Depois . . . senti que estava de pe. ouvia O motor do carro trabalhando em LINHA D.JVISóRIA Quando participo de uma corrida automobolistica sinto que é 'tênue a li– nha que separa a vida da morte . E eu o sinto a '.nda melhor quando morrem companheiros meus em desasttres apa– rentemente insignificantes. - Contudo, eu vi um dia um carro reduzido a estilhaços depois de uma porção de saltos mortais e o chauffeur sair sem a mais ligeira cicatriz. Continuar a correr d'epoiS de conhe– cer êste fato requer certa dose de co– r:..e-em quf' não está em mim fabric,ar . Não à coragem que pensa a maioria das pes·oas. Para mim, essa coragem é ape– n as confi.ança em minha habilitade, con– fi.:mça na ca rro, prontidão de reflexos e visões . Mas a co::-agem tnisteriôsa a que me refiro vem da minha crença em Deus . ''Eis por que aquêles a quem Deus deu a religião pelo sentimento do coração são bem felizes e se encontram leg~ti– mamente persuadidos" . Blaise Pascal. : ........ ~ .. ~ .. ................ - .. ~ .... _~~ ........ ~ .. : " : i Página da Mulher: : : :._~................ ......<H>.. H .. o-♦ ....; +~~~~~==== J.V(AMAE Estive pensando muito, longamenf:e, ~ntidament e, como escrever;-U: hoJ e, mãe quatro anos passados da últ~a v~ que 'meus olho3 mortais v!va te vrram. E estive 1·ecordando que, ha quatro a~os, hoje, soment e já uns re~tos de _~da. sobravam em tua vida. como _palld~ e a.rões do oca.1o quandO a noite esta descendo . li:ra o Dia das Mães e eu estava jun~o ao t eu leito de onde nunca. uma dor arrancou u~ a i mais duro, jamais o sofrimento tirou uma só pa.lawa de im– paciência ou de revolta . E te beijamos a mão enrugada,. os IllJallos e eu sorrindo no rosto um n.so para espantar e d!isfarçar o c0traçã o em pranto. Como haviam passado os anos do teu

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