Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3
208 Tartarn_gas, secco á ma ré ba ixa, a qual pôde acompanha r em montaria por _espaço de tempo relativamente consideravel, pois q_ue sua veloc1~ade não era superior a 8 kilometros por hora. Na cidade do Pa~a a reponta, nos dias de lua nova e lua cheia, dá cxaclamente as 6 horas da manhll cheO'ando essa mesma ma ré ao meio dia na villa de São DominO'o~ da Boa-Vista e ás duas horas · e_ trinta !ninutos da tarde no engenho Appruaga.' A primeira loca– lidade dista 18 leguas e a seO'und a 25 lecruas da cidade. Vinte e cinco leguas eqüival ente a 165 kilometro°s ou uma velocidade de c~rca de 19 1J2 k_ilometros por hora pot· dous rios (Guajará e Ca– pim) largos, porem de diffi cil navegação por se rem muito razos. Na ponta do Magua ry, a 20 leO'uas da Capital a enchente n 'csses ~- 1 0 , mesmos u1 as unares dá ás 3 horas e 40 minutos da madrngada , tt-ansponrlo a distancia a té ao P,U'á, em 2 horas e 20 minutos ou uma velocidade de mais de 58 kil ometros por hora. Sabe- se que no Atl anti co e no ·Pacifico onde a profundidade media é de 4800 metros pa ra aquell e e de 6400 metros para es te, o fluxo ç:hega a transpôr 600 kilomelros por hora. Affirma E. Reclus, que a velocidade rnaxima observada no Ocea no Pacifico é de 850 kilometros por hora! Seja-me li cito exprimir aqui um voto ende– reçado á Sociedade de Estudos Paraenses . E' tíl.O patente a utilid ade, para a navegação de saber-se a hora da preamar do plenilunio e do novilunio, que deixarei de de– monstrai-a. No estuario do rio Pará e do rio Amazonas como lambem em seu$ aftluenles influenciados no seu curso infe rior pelas marés a navegação é feita com o fluxo , quando a embarcação dirige- se admonle, e com o jusante quando desce adva ll e; d'ahi a necessidade de conhece rem os embarcadi ços a hora da enchente dos pontos inte rmedi arias de sua rota, onde são obrigados a espe– rar maré (1). Um mappa das immensas bacias do Amazonas _e do Pará, onde estivessem t raçadas as linhas isorachi cas ou coltdaes dos innumeros rios cl' esse vas to sys tema hydrographi co teria um interesse scientifico apreciado por lodos quantos se occupam de gcographia . A Sociedade em qu estão poderi a _diri gir-se ás Jnlen– dencias do Salgado, da Contracosta, dos pontos da Amazonia onde ch ega a ma ré, pedindo-lhes que verificassem a hora certa da preamar nos dias sup racitados nao só nas sédes dos municípios como lambem em di,·ersos pontos de seu littoral , ou margens, ( 1)- A lingua portugueza não possue os equi valentes dos lermos francezes tiva! e amont que tão bem exprimem a direcção de um rio cm relação a um ponto qualquer de seu curso; peço vema ao leitor para usar destes dous neologismos ortographando-os se– gundo a indole de nossa língua. • • ..
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