Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3

)í] Os portuguezcs clominal'am sempre ncs ns regiões. Em 179-l li vNam até na fóz do 0yapoc uma esquadrilha ele cinco ba rco. guarnecidos de arlilharíar crusnndo os mares enf re esse rio e o Cabo do Norte, para impedi r o ingresso rlos fran cezes e d e quaes– quer oulros eslrangeiros que tentassem cs lahelecer-se naquell as terras, e graças á es ta providencia fizermn sempre r espeit.ar o se n direito tenitol'ial. (1) A França entretanto níto encobria. os seus planos d e conquista ; qneria a todo transe alongar o tenilorio d~ Caye na até o Amazonas, e neste proposito não perdia ensejo d e fa ze i· vingar a ideia que afagava. Aproveitando as occasiões propicias , empenhava-se p er estender os limites da sua possessão-ora ao rio Cal çoen e, s ituado acima do Cabo do Norte dois gráos e m eio de latitu<le septenlrio– nal ; (2)-ora ao rio Araguary abaixo d'aquelle Cabo um gráo e meio el e latitude lambem septentrional, (3)-ora ao rio Carapana– híba que se lança no Amazonas cerca de um terço de gráo do Equador, latitude ainda septenlrional, acima do fo rte d e Maca– pá, (4)-ora emfirn á qualquer oulro p onto que approximasse-a o mais possível do Amazonas ! E para fundamentar trio desusadas pre len ções, dizi a..:_qu e o 0 yapoc não era. o mesmo rio conh ecido pelo nome d e Vi cente Pin son , porém outro differente que, 1: rn vez d e desaguar no oceano , junto ao Cabo de 0range corno se supponha, d esaguava no Amazo– nas ! Sustentava umas vezes-que o Oyapoc d e que fall ava o tra ta– do de utrecht era o Calçoene; outras vezes que era o Araguar y ! Houve até quem julgasse ser um rio que cor tava a ilha de l\'larajó ! Estas e outras invenções niio passavf.1.1J1 de g rossefros s ophismas de que soccorr_iam-se os invasores das terras portuguezas. Para coho– nes tar os seus acl.os de usurpação todos os meios lhes serviam , fossem embora futeis e irrisorios. Su cced eu porém que em 1808 Portugal declarasse guerra á França, offcrcccndo-se-lhe cn u"\o ensejo para reivindicar os seus clit-eilos no Br azil. O governador do Pará, capilão-gen era l José Narç iso d e Maga– lha.es ou po1· propria inspiraçrw ou p o t· or dem <l a rnetropol e, or– ganisára um corpo de volnnlarios par aenses de seiscentos homens, e em Novembro do mesmo anno fiz~ra -o partir de 1 Belém con tra Cayena sob o commando do coronel Man oel Marques d' El vas Por- (1) Bnena-Eras Parnmses, pag. 356. (2) Tratado de 10 de Agosto de 1797. (3) Tratado de 6 de Junho de 1801. {4) Trataclo de 29 de Selemhro de 18o1.

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