Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3

.. 168 bôa fé do governo i' Quell.1 nos diz que não fos,;em inutilisados o marco é as armas reaes por gente da guarnição d'esse forte ? Perto como se achavam do sitio em que aquell es estavam assentados, sem testemunhas que os delatassem, era bem possível que os fran– cczes fizessem de,mpparecer os vestígios e provas existentes n'esses ermos contra as suas pretcnções. E não é isto uma simples pre– sumpção de nossa parte. Ouçamos o que diz" a -este respeito o il– lustre brazil eirn a quem temos mais de uma vez invocado: -A noticia do resultado da exploração de João Pacs do Ama– ral, affi rma Joaquim Caetano da Silva, descobrindo o marco á mar– gel'Jl esquerda do Oyapoc, tJI·otluziu grande alvoroço em Cayena, onde manifestou-se o receio de vir a França a perder aquella mar– gem do rio por qualquer modificaçãü ao tratado de Ulrecht (1). ~ Era enta.o govern ador de Cayc11a mr. Claude de OrYillierc que desde 171 6 occupaYa esse elevado ca rgo. Mas do que á qu alquer outro devia-lhe causa r sérias apprehensões a existencia do marco nssignala<lo com evidentes cunhos de authent icidade. Supprimil-o, sem destruir o effeito do tes limunho unanime da comiti va de Joao Paes do Amaral, era h'abalho de pouco alcance. O caminho a seguir devia ser outro, mais paciente, porém t.ambem mais effi caz (2). Convinha antes de tudo pôr em dúvida a authenticidade do marco, e n 'es te proposito fizeram a necessaria p,ropagandn . -Em 1724 representou Claude de Orvilliere á corôa de Fran– ça sobre a necessidade de proteger a fronteira oriental da Guyana por um forte militar. O ministro approvon este proj eclo em 6 de Ma rço de 1725, e no mcz de Julho de 1726 foi levantado na mar– gem esquerda do Oyapoc o forte de São Luiz (3). Entretanto, não podendo nega r a exislencia do marco, os francezes procura ram in– si nuar que a sua coll ocação bem como os desenhos encontrados na rocha eram obras de Joilo Pacs do Amurai e dos se ns compa– nhcirns ! -Barrere, correspondente d::i Academia de Sciencias de Paris, que mo rou cm Cayena desde 1720 até 1723, disse-que os portu– guezes fa zi am correrias pe rto de Cayena ,e apoderavam- se das terras de França, chegando a vir em 1723 fazer um roçado cm qu e erigi– ram sobre um pilar as armas do re i de Portugal e gravaram-n'us mesmo sobre as rochas ! (4) (r) Idem,~ 334. (2) Idem,ª 2 12 L (3) Idem,~ 2 12 1. (4) Idem,~ 2374. ' .

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