Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3

• • ,. 165 prioridade da occupação não deixava de alentai-o na convicçno desse direito geralmente admittido na jurisprudencia de todos os povos. Cumpre 1nenr:ionar aqui um facto qu e tem inteira ligação com o assumpto de que nos occlipamos. Querendo o gove rnado1· do Pará, João da Maia da Gama, verificar se havia mare.os que di vi– dissem as terras do Cabo do Norte das da corôa cte França, fez seguir para ali ilm(l commissão, conforme as ord1ms régias que tinha, sob a direcção do capitão João Pae>s do Amara l, cabo da guarda-costa do Pará. Em Março de 1723 partiu ell e em lres canôas armadas em guerra e bem guaruecidas com destino ao Oyapoc (1). Dois mezcs depois regressou trazendo a grnta noti cia de lei-os encontrado na m~rgem esquerda do Oyapoc, que era o mesmo do de Vi cente Pinson. Decla rou que, subindo á um monte quas i talhado á pique até o meio 011 com vouca escal'pa, pegando-se em raizes e arras– tando-se, elle e seus companheiros chegaram com muito trabalho ao cume do lal monte, e lá acharam uma pedea e rocha natural, e nesta um quasi quadro de largura e comprimento de pour.o ma is de lres palmos, cortado pelas bandas e fóra da terra pou co mais de palmo. Declarou mai s que nes te quatlr0 estavam esculpidas umas armas que pal'eciam ser de urn a parle as de Pol'lugal com as cinco chagas ou r eaes quinas ainda visíveis, e ela outra uns castel– los com um leão: á roda desta pedra achavam-se outras levantadas como tes temunhas ou guardas do marco; e uma das que fi cavam p~ra a parle das quinas de Portugal mostrava uma cruz como ha– bito de Christo~o que parec ia justificar ser ahi o ma rco da divisao dos domínios de Portugal e de Castella, ou fosse posto pe lo impe– rador Carlos V ou por Felippc quando doou a capilanía á Bento Maciel Parente. Ama ral declarnn a inda-que no rio C:ouuani enco11lrnra a lguns francezes a quem intimara--se r P.t.irnsssem sob pena de pl'isão, di– zendo-lhe os índi os qU,! elles andavam r esgatando escravos sob a protecçito de G'uaymã., chefe dos aruans, e caminhavam por terra de aldeia em aldeia, aconselhando desobediencia ao rei de Portugal. ( 1) Retificamos aqui um erro de data, dando como effecluada em Março de 1723 a partida do capitão João l'aes do Amaral, e não em Outubro como diz Joaquim Caetano da Silva, em sua obra, ~ 332, e o repelem outros escriptores. O plenario das testemunhas mandado proceder P!!IO governador do Pará assim o demonstra, bem como a orãem que elle deu ao ouvidor para tal fim, a qual teve a data de J2 de Julho do mesmo anuo de 1723, tempo este em que já Amaral estava em Belém de volta de sua commissão. As pessoas que o acompanharam, in1uiridas como foram, declaram que paniram em Março , Para provai-o ahi est:to os dois depoimentos que adeante publican1 :i3 em nott1 . .. . ...

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