Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3

138 Quniam talvez vingar o revez soffrido no forte de T01Teg o. Engano fatal ! Mal pozeram os pés em terra, e fo ram envol vidos entre varia;; columnas que, ape rta ndo-os em es treito circulo, con- . segui ram tirar-lhes todos os meios de retirada e salvação. O com– bale foi breve e decisivo . Poucos poderam escapar fugindo para os navios que, apezar de quasi inu tilizados pelas balas de arli.lharia, levanhiram ferros e desappareceram . P edro Teixeira ainda os esperou por al guns dias, mas desen– ganado e vendo que se appro~imava a estação invernosa , partiu em Dezembro para Belém e em viagem, tres di as antes de chegar, teve que combater e subjugar os índios ingahiba.,; que lhe vieram ao encontro em defeza <los hollandezes á quem eram affeiçoados. Felizmente não lhe custou muito derrotai-os. Algumas horas de fogo bastaram para obrigai-os a embrenharem- se nos matos. Quando a expedi ção chegou á colonia; Manoel d'Eça já eslava demiltido. Outro era o capitão-mór. E antes de nos occuparmos d'es le, será de necessidade hislori ca averiguar a rasão por que os holl andczes , ernborn acossados e balidos repeli das vezes, não de– sisti am el a sua pretenção ao Amazonas , nem desanimavam deanle das successivas derrn las que soffriam , quando os outros europeus enfre tanto não se mostravam tão obstin:idos nas suas tentativas de conquistas territ.oriaes. - Tanto os francezes como os inglezes representavnm simples emprezas parti culares de armadores ~ negociantes sem apoio os– tensivo dos poderes p:ublicos. Desbaratados uma vez, não se arris– cavam ent rar em novas luctas . Os seus capilaes limitados não permiltiam t enta tivas temerari as. Vemol-os por isso fóra da ar ena aos primeiros golpes da adversidade. Não acontecia o mesmo com os holl anclezes que contavam com a i: rolecção franca e poderosa do governo do seu paiz e de uma coll ossal asrnciação mercanlil que os commissiona va e favorecia. Invoquemos as li ções da histo– ria, confirmadas por um escr iptor insuspeito (1). Organi zact a em 1602 a celebre Companhia das Indias Or,cid en– laes com o fi m de conquista..- o Brazil e ap rezar nas Aguas do Atl an– t ico a prata transportada do Mex ico e do Perú para a Hespa nhn, os hollandezes dispunham el e abundan tes recursos para levar ao cabo os seus planos mercan tis. A companhio tinha por vinte e qua– l~o annos o privil egio exclusivo da navegação da Africa e el a Amc– r tca . O se u capital era de dezoito milhões de fl orins. No primeiro quinquenio o go,·crno se compromcltia a forn ecer-lhe duzentos mil ---- .. _ ---- ( I) Olh·eira Martins- O Bm~il e as C<J/on . P or/, pag~. 38 e seg,. .... • 1 ...

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